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25/09/2010 - 07h58

Chávez promove maratonas e promete "demolir" opositores

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FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

Oswaldo Manturano, 28, foi de passeata em passeata -do governo Hugo Chávez e da oposição- vendendo bandeiras da Venezuela e chapéus para os eleitores.

Por seu termômetro, diz, são os governistas que vão arrasar nas eleições legislativas de amanhã.

"Olha quanta gente aqui. Na deles tem menos gente. Eles não se cansam de perder", dizia Manturano sobre os opositores, enquanto o caminhão aberto que levava Chávez em cima ia se distanciando no mar vermelho em que se transformou a populosa Catia, no oeste de Caracas.

Reuters
Chávez anima eleitores ainda na quarta-feira (22) e convoca suas bases para apoiar seu partido no domingo
Chávez anima eleitores ainda na quarta-feira (22) e convoca suas bases para apoiar seu partido no domingo

Era quarta-feira, ao meio-dia, e o presidente venezuelano estava em mais uma das maratônicas caravanas que fez nas últimas semanas para promover seus candidatos à Assembleia Nacional. Só na quarta, foram três, em três Estados diferentes.

Quando a marcha chegou à praça O'Leary, no centro, chuviscava, e Chávez, rouco, tomou o microfone para prometer mais uma vez que os governistas vão "demolir" os opositores nas urnas.

Com punho fechado, prometia "bater duro", e a multidão coalhada de funcionários públicos -da petrolífera PDVSA às agentes dos programas sociais- repetia.

Nas bordas da marcha, os chavistas da zona prometiam voto. Manturano falou que vai votar no governo porque é o melhor que o país já teve.

A mulher dele recebe renda de um programa social, o "mães da favela", que é 80% de um salário mínimo (pouco mais de US$ 180, no mais alto câmbio oficial) .

O pintor de carros Daniel Esculpi, 47, lembrava que, por causa de Chávez, voltou a estudar em uma das universidades populares criadas pelo governo, e em três anos será advogado.

DEMOLIÇÃO

Com as maratonas transmitidas pela TV estatal e dinheiro para espalhar quatro jingles distintos pelos canais privados, a campanha do governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) é bastante mais presente que a opositora.

Para alcançar a meta de ter 2/3 dos 165 deputados a serem eleitos, Chávez lançou uma estratégia recheada de retórica militar: o PSUV foi dividido em "patrulhas" e "comandos de batalha".

O presidente vem martelando a chamada "Operação Demolição", a ser aplicada amanhã. Não falta chamado a traslado de eleitores -desde que não use carro oficial, não é crime- e até comida, sob o nome "logística".

"Logística: disse Napoleão Bonaparte: "Os Exércitos caminham sobre seus estômagos". Aqui requer prever tudo, com luxo de detalhes", escreveu Chávez.

A oposição também usa a máquina estatal de que dispõe. O governador de Miranda, Henrique Capriles, 38, entrou em cheio na campanha e também promete dinheiro vivo a moradores de casebres. Mas a disparidade de recursos angustia os simpáticos à oposição.

"Nesse momento, o melhor investimento é em política, em partidos, em democracia. Há investimentos que se pode fazer de última hora", escreveu o jornalista Juan Carlos Zapata. Tudo para a "logística".

 

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