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29/09/2010 - 08h30

Alemanha descarta aumentar alerta após descoberta de planos de ataque

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DE SÃO PAULO

O governo da Alemanha descartou risco de um ataque iminente e manteve inalterado o nível de alerta nesta quarta-feira, um dia após serviços de inteligência frustrarem uma série de ataques terroristas que haviam sido planejados por um grupo supostamente ligado à rede Al Qaeda no Paquistão contra a Europa.

"Não há atualmente indícios concretos de atentados iminentes na Alemanha", declarou o porta-voz do Ministério do Interior, Stefan Paris. "Os serviços de segurança alemães estão a par das informações que são publicadas atualmente nos meios de comunicação americanos e britânicos, que dizem que a Al Qaeda planeja a longo prazo atentados nos Estados Unidos, na Europa e na Alemanha".

O canal de televisão britânico Sky News informou na véspera sobre possíveis ataques terroristas no Reino Unido, França e Alemanha, planejados no Paquistão, que foram frustrados pelos serviços de inteligência.

Um oficial de segurança da Alemanha afirmou, em condição de anonimato, que os relatos do plano de um ataque ao estilo dos atentados contra a cidade indiana de Mumbai, em novembro de 2008, foram provavelmente iniciados no interrogatório de Ahmed Sidiqi, cidadão alemão com ascendência afegã.

Sidiqi foi preso em Cabul, em julho passado, e transferido à custódia americana. Desde então, ele é mantido na prisão de Bagram. Em interrogatório, ele "revelou detalhes sobre os planos terroristas", segundo o oficial.

O suspeito viajou junto a outros alemães de Hamburgo à fronteira do Afeganistão com o Paquistão em 2009, quando se uniu ao Movimento Islâmico do Uzbequistão, um grupo extremista aliado da Al Qaeda.

Capturado, Sidiqi começou a falar e detalhou um ataque ao estilo Mumbai na Europa. Há quase dois anos, dez homens invadiram o coração financeiro da Índia e atacaram simultaneamente uma estação de trem, dois hotéis de luxo e um centro cultural judaico. Em três dias de invasão, 166 pessoas morreram.

Sidiqi frequentava a mesquita Masjid Taiba, em Hamburgo, que ficou conhecida como ponto de encontro dos planejadores dos atentados contra os EUA. Entre seus frequentadores estava Mohammad Atta, que comandou o primeiro avião que bateu contra o World Trade Center, em Nova York. Segundo o oficial alemão, Sidiqi fazia parte do círculo social de Atta.

As autoridades americanas disseram oficialmente mais cedo que não podiam confirmar as informações da Sky News, mas que acreditam que a ameaça de um ataque é contínua.

Quatro funcionários de segurança americanos, que pediram anonimato, disseram que relatos de inteligência sobre a ameaça apareceram pela primeira vez há duas semanas, perto do aniversário de nove anos dos ataques de 11 de Setembro.

Em janeiro, o Reino Unido elevou o nível de ameaça de terrorismo para "severo", o segundo mais alto na escala de cinco níveis. No último dia 16, o chefe do MI5 [serviço secreto britânico], Jonathan Evans, disse que o risco de um ataque terrorista continuava a ser alto.

Já a França anunciou na semana passada que estava em alerta contra duas possíveis ameaças --uma tentativa de assassinato de uma figura importante ou um ataque suicida contra um local público --como uma estação do metrô ou uma loja de departamento. As informações dos planos de ataque surgiram no mesmo dia em que a Torre Eiffel --um dos principais pontos turísticos de Paris-- foi esvaziada pela segunda vez em duas semanas devido a um alerta de bomba.

PLANOS

Citando fontes não identificadas de inteligência, o editor de assuntos internacionais da Sky News Tim Marshall disse que ataques simultâneos eram planejados para ocorrer em Londres e em grandes cidades da França e da Alemanha. Os planos terroristas estavam em estágio avançado e estavam sendo monitorados há algum tempo, mas as ações não eram iminentes, segundo as fontes citadas.

De acordo com o jornalista, depois que os planos foram descobertos, o Exército americano passou a ajudar os aliados europeus a matar líderes terroristas na região do Waziristão. Nos últimos 30 dias, houve um número recorde de 20 ataques com mísseis americanos na região paquistanesa.

"Acredito que tais ataques com mísseis tinham como alvo a liderança por trás desse plano em particular, que tinha uma conexão com a Al Qaeda e possivelmente com algum braço do Taleban na Europa", disse ainda Marshall. "Vários líderes foram mortos, por isso a ameaça terrorista não cresceu", acrescentou.

Autoridades americanas reconheceram que ataques no Paquistão têm como objetivo impedir que redes militantes planejem ataques.

"Não deveria surpreender ninguém que ligações entre planos a aqueles que estão os elaborando leve a ação decisiva dos EUA", disse um representante americano à Reuters. "Os terroristas que estão envolvidos, como todos deveriam esperar, serão alvos. Esse é o objetivo de tudo isso."

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

 

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