Quirguizes fazem fila para eleger Parlamento recém-fortalecido

Os eleitores do Quirguistão fizeram fila neste domingo para eleger o recém-fortalecido Parlamento do país, um esforço para transformar a ex-república soviética na primeira democracia parlamentar da Ásia central, cinco meses depois da onda de violência étnica que deixou centenas de mortos.

Os colégios eleitorais fecharam às 20h (11h de Brasília) deste domingo, mas os primeiros resultados devem ser divulgados na segunda-feira.

De acordo com as últimas pesquisas, pelo menos seis dos 29 partidos inscritos no pleito têm chances de conseguir mais de 5% dos votos, mínimo necessário para conseguir uma das 120 vagas do Parlamento. Os partidos Ata-Meken e Social Democrata (SDPK), que apoiam o governo interino, são os mais bem posicionados nas sondagens.

Esta ex-república soviética, de 5,3 milhões de habitantes, o Quirguistão é considerado estratégico por abrigar uma base militar americana e outra russa. A eleição ocorre quatro meses depois de um referendo tornar o país uma democracia parlamentarista, com eleições a cada cinco anos, com um Parlamento de 120 assentos, razoavelmente maior do que os 90 representantes no sistema anterior. Nenhum partido poderá controlar mais de 65 cadeiras.

No novo sistema, o Parlamento vai escolher um primeiro-ministro e terá papel crucial na formação do governo.

A presidente interina, Rosa Otunbayeva, classificou as eleições como "as primeiras livres e democráticas em 20 anos de independência". Otunbayeva dirige o país desde o fim da revolta que derrubou o então presidente Kurmanbek Bakiev, que estava no poder desde 2005, em abril deste ano. A revolta, que deixou 87 mortos, foi seguida de uma violenta onda de enfrentamentos étnicos no sul do país --que deixou por sua vez 400 mortos, a maioria uzbeques, e deslocou 400 mil.