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12/10/2010 - 21h55

Crianças da mina chilena vivem entre brincadeiras e ansiedade

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GAËL FAVENNEC
DA FRANCE PRESSE

Elas correm, jogam futebol e se divertem como podem: as crianças do acampamento Esperanza aguardam com aparente despreocupação o resgate dos 33 mineiros, mas certamente marcados pela ansiedade de rever um pai, um tio ou um avô.

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"Eles não falam muito, mas se expressam brincando ou desenhando", explica Margarita Guzmán, a professora que cuida da escola improvisada perto da mina desde o final de setembro.

"No outro dia, construíram uma mina linda com uma perfuradora com Leggo. E explicaram: aqui estão os mineiros, aqui eles vão sair. Dessa maneira, expressam sua preocupação com o que está acontecendo".

"Quando disseram que estavam todos vivos, comecei a chorar, mas achei que iam sair logo", confessa Javier Galleguillos, de 10 anos, um dos quatro netos de Mario Gómez, de 63 anos, o mais velho e capataz da mina.

"Sonho que meu avó e os outros mineiros estão fora da mina", conta seu irmão mais velho, Nicolás.

Durante toda a espera, o otimismo marcou as cerca de 30 crianças que deixaram suas escolas e seus amigos para viver num acampamento no meio do deserto.

"Sempre pensaram no resgate como algo positivo. Nunca pensaram que poderia haver uma falha", comenta Raúl Valencia, professor de educação física.

Dois dias depois que uma sonda achou os mineiros com vida em 22 de agosto, Valencia, que se encontrava desempregado, deixou sua casa e viajou 700 km para se ocupar das crianças.

Em 27 de setembro, o ministro da Educação, Joaquín Lavín, inaugurou uma escola pré-fabricada no acampamento.

"Teria sido muito melhor se fizesse algo mais discreto, não todo esse circo e esse aproveitamento político", lamentou-se, por sua vez, a professora Margarita Guzmán, que também se ocupa do ensino.

Paralelamente, um psicólogo visitou o acampamento e realizou uma oficina com as crianças.

"Foi divertido. Fizemos um jogo de perguntas pessoais do tipo 'o que teu pai ensinou a você?' ou 'de que lugar você gosta mais?'", conta Javier.

"Para eles, o mais difícil é dormir numa barraca porque faz frio e os colchões ficam úmidos durante a noite no deserto. E o que mais faz falta para eles é a televisão e o playstation", acrescenta.

"Vou sentir falta do palhaço", confessa o menino Nicolás, referindo-se a Roly, um ator que chegou em agosto fantasiado para entreter as crianças.

 

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