Exército americano prepara uniforme de combate para mulheres

O Exército americano está testando pela primeira vez um novo uniforme de combate feminino para atender a anatomia das cerca de 160 mil mulheres que integram seu quadro.

"O uniforme unissex é um pouco largo. A ideia não é acentuar as curvas da mulher soldado, mas atender às particularidades do corpo feminino", disse a comandante Sequana Robinson, chefe-adjunta do projeto da PEO Soldier, encarregada dos uniformes, e primeira mulher a usá-lo.

	Tim Sloan/AFP
	Protótipo do novo uniforme de combate feito especificamente para mulheres nos Estados Unidos

"O primeiro objetivo é que não seja diferente do dos homens", explicou Mary Harwood, engenheira têxtil que ajudou a fazer as delicadas mudanças no tradicional uniforme bege com estampa de camuflagem digitalizados.

"Ajustamos o uniforme às características anatômicas do corpo feminino", disse a engenheira, especialmente adicionando mais pano "para acomodar o traseiro". Na base de Fort Belvoir, na Virgínia, encontram-se pouco mais de uma dezena de protótipos dos novos uniformes femininos.

Ao contrário das linhas rústicas da versão masculina, o uniforme feminino mostra um corte reduzido em vários centímetros, um paletó que cobre o quadril, e um franzido nas costas que permite dar espaço ao busto. Um elástico substitui o cordão rústico, os ombros estão mais ajustados e o cavalo foi encurtado.

Os vários bolsos também foram redimensionando para que o celular, que vai no bolso do tornozelo, não fique sobre o sapato, explicou a engenheira.

O uniforme tem que ser aprovado pelas instâncias superiores do Exército.

As mulheres representam 14% das forças do Exército de terra americano, ou seja, são pouco mais de 160 mil efetivos.

Já existe um uniforme feminino de serviço, usado em cerimônias e eventos sociais, de cor azul turquesa, com uma saia opcional, assim como outro para a "maternidade". Mas o uniforme de combate feminino "é uma novidade para o Exército. Todos os outros uniformes são unissex", disse Harwood.

"O paletó é genial", disse a comandante Robinson, que fará testes com o novo uniforme a partir de janeiro com cerca de 600 mulheres soldados.