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26/10/2010 - 12h01

Irã coloca sob suspeita motivação do vazamento de documentos pelo WikiLeaks

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DA EFE

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, classificou nesta terça-feira de "suspeita" a publicação dos documentos secretos pelo site WikiLeaks.

As revelações sobre a Guerra do Iraque, divulgadas nesta sexta-feira pelo site, revelam o apoio dado às milícias iraquianas xiitas pela Guarda Revolucionária do Irã, a elite do Exército iraniano, segundo o jornal "New York Times" e a TV Al Jazeera.

Em sua habitual entrevista coletiva semanal, o funcionário ressaltou que o vazamento "tem motivos políticos" e assinalou que seu país fará frente, embora tenha se negado a revelar as medidas que o regime iraniano pretende adotar.

"Os documentos independentes têm uma meta suspeita. Nós temos uma estreita relação com os países da região, e não está claro com que objetivo ou em que agenda política se deu a publicação, mas a República Islâmica fará frente a estas imoralidades", afirmou.

A imprensa oficial iraniana divulgou amplamente as filtragens do site, que denuncia milhares de mortes e crimes cometidos no Iraque por soldados americanos e agentes iraquianos, diante da passividade dos primeiros.

PAPEL DO IRÃ

O papel do Irã na Guerra do Iraque é tema de vários documentos, muitos dos quais sugerem que Teerã estava fortemente envolvido em equipar e apoiar grupos xiitas radicais no Iraque. Os dois veículos reiteram, no entanto, que os documentos apenas registram um lado da história --o dos EUA-- e de forma limitada, e que muitos foram baseados em entrevistas com informantes --de credibilidade duvidosa.

Os arquivos apontam amplas ligações entre o Irã e os grupos militantes, que tinham como alvo políticos sunitas, ou responsáveis por ataques com o objetivo de minar a confiança no governo iraquiano.

Durante o governo de George W. Bush, críticos alegaram que a Casa Branca exagerou no papel do Irã no conflito iraquiano, com o objetivo de ganhar apoio a política linha-dura em relação a Teerã, incluindo uma possível ação militar.

Testemunhos de detidos, o diário de um militante capturado e várias armas apreendidas revelam o papel do Irã em fornecer às milícias iraquianas foguetes, bombas magnéticas que podem ser grudadas embaixo de carros, bombas de beira de estrada, rifles calibre 50 e mísseis portáteis, entre outras armas.

EUA E ALIADOS

Os cerca de 400 mil documentos confidenciais divulgados na última sexta-feira pelo WikiLeaks apontam que as forças dos EUA e seus aliados cometeram abusos, execuções sumárias e ignoraram repetidos atos de tortura no Iraque.

Sabah Arar/AFP
Helicópteros militares sobrevoam zona verde, em Bagdá; 109 mil morreram no conflito, entre eles 66 mil civis
Helicópteros militares sobrevoam zona verde, em Bagdá; 109 mil morreram no conflito, entre eles 66 mil civis

De acordo com os dados secretos, cerca 109 mil pessoas morreram no país --66 mil delas civis. Segundo os documentos, mais de 15 mil das vítimas civis morreram em incidentes que não haviam sido previamente divulgados. Autoridades americanas e britânicas insistem que não existe um número oficial de vítimas no conflito.

Segundo os documentos, autoridades americanas não investigaram denúncias de abusos, torturas, estupros e outros crimes que teriam sido cometidos por policiais e soldados iraquianos, e tais oficiais tiveram permissão para continuar atuando sem qualquer punição.

Trata-se da maior quebra de segurança desse tipo na história militar dos Estados Unidos. Em julho, o site publicou 76 mil documentos militares sobre a guerra do Afeganistão.

 

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