Equador propõe assumir interinamente secretaria geral da Unasul

O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, propôs nesta quarta-feira que seu governo assuma de forma interina a Secretaria Geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), até ser eleito um sucessor permanente do ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, falecido nesta quarta-feira de ataque cardíaco.

"Neste caso não fica outra alternativa além de o Equador assumir até 23 de novembro os aspectos que estavam nas mãos do ex-presidente Kirchner", disse Patiño à imprensa.

Nessa data será realizada uma cúpula em Georgetown na qual Equador transferirá a Presidência temporal da Unasul à Guiana.

Uma fonte da Chancelaria, que pediu para não ser identificada, disse que a proposta equatoriana é que se encarregue da Secretaria Geral de forma interina Santiago Aponte, atualmente coordenador-geral de assuntos da Unasul no governo do Equador.

Entre os temas que estavam sob os cuidados de Kirchner uma cláusula democrática para Unasul, "para que golpe de Estado seja isolado na América Latina", disse Patiño.

A iniciativa surgiu após a revolta policial de 30 de setembro no Equador, que o governo classificou como tentativa de golpe de Estado.

"Neste caso vamos ter de fazê-lo a partir da Presidência pro tempore", disse Patiño, quem indicou que o Equador assumirá a coordenação da ajuda de Unasul ao Haiti pelo surto de cólera, que dirigia Kirchner.

Está previsto que Patiño voe nesta quarta-feira a Buenos Aires com o presidente do Equador, Rafael Correa, e a equipe equatoriana encarregado de Unasul e outras autoridades para participar do funeral de Kirchner.