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29/10/2010 - 18h57

Japão prejudicou "atmosfera" em cúpula regional, diz China

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YOKO KUBOTA E JAMES POMFRET
DA REUTERS, EM HANÓI

O Japão prejudicou o clima com a China durante uma cúpula regional no Vietnã ao levantar a questão sobre as ilhas disputadas entre as duas potências, disse uma autoridade chinesa nesta sexta-feira.

Segundo o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Hu Zhengyue, não estava prevista a reunião entre os premiês do Japão, Naoto Kan, e da China, Wen Jiabao, na cúpula Ásia-Pacífico, como havia anunciado a chancelaria japonesa.

Zhengyue criticou o decisão do Japão de levantar no encontro a questão da disputa pelas ilhas Diaoyu, conhecidas pelos japoneses como ilhas Senkaku (durante a reunião entre os respectivos chanceleres).

"Suas atitudes prejudicaram o ambiente entre os líderes dos dois países durante a cúpula", disse ele a jornalistas em Hanói.

A chancelaria japonesa havia informado que a reunião entre Kan e Wen estava prevista para as 9h35 (hora de Brasília).

PROBLEMAS

As relações bilaterais se deterioraram no mês passado por causa da detenção do capitão de um barco pesqueiro chinês pela Guarda Costeira japonesa, após uma colisão naval perto de ilhas disputadas pelos dois países, no mar do Leste da China.

Já havia especulações de que os dois líderes se reuniriam individualmente aproveitando a cúpula Ásia-Pacífico que transcorre em Hanoi, uma vez que anteriormente os respectivos chanceleres haviam concordado em "normalizar as relações".

Antes, os ministros Seiji Maehara e Yang Jiechi mantiveram uma reunião que extrapolou a previsão de meia hora de duração. O japonês Maehara havia dito que o encontro ocorreu numa "ótima atmosfera, de maneira muito calma e olhando para a frente".

Mas uma fonte da chancelaria japonesa disse que ambos os lados reiteraram sua reivindicação sobre as ilhas disputadas, chamadas de Senkaku pelo Japão, e de Diaoyu pela China.

Maehara também afirmou que levou ao seu colega a preocupação japonesa com restrições chinesas à exportação de minérios conhecidos como terras-raras e disse que Yang lhe garantiu que a China não usa esses recursos como ferramenta de barganha.

MONOPÓLIO CHINÊS

A China detém praticamente um monopólio global sobre as terras-raras, metais cruciais para a indústria eletrônica.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, que participará no sábado da cúpula Ásia-Pacífico, pediu à China em discurso no Havaí que não mexa no mercado global das terras-raras.

Satoru Satoh, porta-voz da chancelaria do Japão, disse que as restrições chinesas ao comércio de terras-raras "criaram dificuldades" para o país, e que medidas estão sendo adotadas para reduzir a dependência em relação à China.

As tensões entre China e Japão são apenas uma das várias disputas que lançam uma sombra sobre os esforços de cooperação econômica na região, cada vez mais vista como motor do crescimento mundial.

A China também mantém disputas com vários vizinhos a respeito de fronteiras marítimas no mar do Sul da China, região crucial para a navegação internacional, além de ser potencialmente rica em gás e petróleo.

 

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