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Presidente do Equador diz que Kirchner resgatou Argentina "da destruição total"
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DE SÃO PAULO
DA ANSA, EM QUITO
O presidente do Equador, Rafael Correa, recordou parte da trajetória do ex-presidente argentino Néstor Kirchner (2003-2007), morto na quarta-feira, durante seu tradicional programa de rádio e TV transmitido aos sábados.
"Foi o presidente que resgatou a Argentina da destruição total na qual a havia deixado o neoliberalismo, os [Carlos] Menem [1989-1999], os [Domingo] Cavallo [ex-ministro da Economia]", disse Correa em seu boletim semanal, no qual apresentou um vídeo em memória de Kirchner.
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O equatoriano afirmou que o líder político impulsionou uma "adequada" renegociação da dívida externa, sem favorecer os credores, o que recuperou a "dignidade" a seus compatriotas.
"Kirchner aproveitou esta crise para resolver o problema da dívida externa argentina, para reformular o sistema político e social", comentou Correa, que é o atual titular pro tempore da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) --organismo do qual Kirchner era secretário-geral.
Ao assumir o governo da Argentina, em 2003, Kirchner herdou um país em grave crise, causada pelo encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB) em mais de 10% e o aumento do desemprego. Havia também uma crise institucional: cinco presidentes subiram ao cargo em algumas semanas.
Boa parte das manifestações de solidariedade dirigidas à viúva de Kirchner e atual presidente da Argentina, Cristina, elogiam o político por sua atuação a fim de recuperar a economia e renegociar a dívida externa --que havia tido a moratória decretada.
A morte deste "líder latino-americano" --registrada na manhã da quarta-feira em decorrência de uma parada cardiorrespiratória-- é uma "grande perda" para a Argentina, a América Latina e todo o planeta, continuou o equatoriano.
DESPEDIDA
Familiares, amigos, altos funcionários e parlamentares governistas assistiram à cerimônia íntima antes do sepultamento do ex-presidente argentino Néstor Kirchner na noite de ontem, no cemitério de Río Gallegos, na Província de Santa Cruz. Terra natal de Kirchner, foi ali também que ele começou sua carreira política como prefeito, até tornar-se um dos políticos mais influentes na história do país.
AP - 28.out.10 |
Correa (à esq.) participa de velório de Néstor Kirchner, ao lado da viúva, Cristina, e do boliviano Evo Morales |
Kirchner morreu na quarta-feira após uma parada cardíaca. O corpo do político foi levado até Río Gallegos, a cerca de 2.600 km ao sul de Buenos Aires, após mais de 26 horas de velório na Casa Rosada, sede do governo argentino.
Passaram pelo velório no Salão dos Patriotas, na Casa Rosada, os presidentes da Bolívia, Evo Morales; do Chile, Sebastián Piñera; do Equador, Rafael Correa; do Uruguai, José Mujica; da Colômbia, Juan Manuel Santos; da Venezuela, Hugo Chávez; e do Paraguai, Fernando Lugo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também esteve na Casa Rosada, onde abraçou a viúva de Kirchner e ofereceu suas condolências.
O astro do futebol argentino, Diego Maradona, também passou no local com a namorada, Verónica Ojeda, abraçou Cristina e lamentou a perda de um "gladiador".
Milhares de pessoas foram até o aeroporto de Río Gallegos receber o caixão, e acompanharam o cortejo fúnebre até o cemitério municipal. Foram cerca de 12 quilômetros sob frio intenso.
A multidão acompanhou os carros da comitiva entoando canções, gritos e palavras de homenagens a Kirchner e de apoio a Cristina, em meio a aplausos constantes. 'Força Cristina, força', diziam alguns deles, principalmente as mulheres. Bandeiras da Argentina traziam a frase "Obrigado Lupo" --como era conhecido Kirchner em sua cidade natal.
No cemitério, a cerimônia foi para cerca de 70 pessoas e sem acesso à imprensa. Participaram membros do gabinete, parlamentares governistas, dirigentes de movimentos sociais próximos ao governo e artistas. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também estava lá.
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