Presidente da Colômbia pede "coerência" a EUA a três dias de referendo sobre maconha

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu neste sábado "coerência" aos Estados Unidos, três dias antes de um referendo sobre a liberação do uso recreativo da maconha no Estado da Califórnia.

A Colômbia é considerada o maior produtor de cocaína e um importante fornecedor de heroína aos EUA, o maior consumidor de drogas do mundo.

"Ninguém entende que um país possa legalizar internamente a produção, o tráfico e o consumo, e ao mesmo tempo criminalizar" as drogas, disse Santos, em Tunja, 180 a noroeste de Bogotá.

Ele enfatizou que um eventual triunfo do "sim" nas eleições de terça-feira na Califórnia mostraria a "incoerência" dos Estados Unidos.

Santos reiterou, desta forma, o ponto de vista defendido por líderes de vários países centro-americanos.

"Não podemos continuar contando os mortos e os países consumidores levando os benefícios" na luta global contra as drogas, disse Santos.

Bogotá e Washington anunciaram esta semana o relançamento de suas relações bilaterais além da luta antidrogas, na qual os EUA já investiu US$ 6 milhões na última década, especialmente em equipamentos militares e cooperação em segurança.

Os americanos vão às urnas nesta terça-feira nas eleições de meio de mandato. Estão em jogo as 435 cadeiras da Câmara dos Representantes (Deputados), 37 das cem vagas do Senado, além do governo de 37 dos 50 Estados. Alguns Estados também elegem funcionários estaduais --como procurador-geral-- e algumas cidades escolhem novos prefeitos.

Além disso, em 36 Estados os eleitores poderão votar também em 155 referendos. Os temas variam de legalização da maconha, na Califórnia, a baixar impostos de propriedades, em Indiana, e derrubar uma nova taxa sobre refrigerante em Washington.