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Criador do WikiLeaks diz que site pretende publicar novos documentos confidenciais
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DA FRANCE PRESSE
O criador do site WikiLeaks, Julian Assange, disse nesta quinta-feira em Genebra que espera continuar nos próximos meses com a publicação de documentos confidenciais "sobre inúmeros países, incluindo os EUA".
Após a difusão em seu site de cerca de 400 mil documentos confidenciais sobre a Guerra do Iraque, considerado "um dos vazamentos mais importantes de documentos militares confidenciais da história", ele explicou que era hora de os EUA se "abrirem" ao invés de tentar "se esconder".
"Os EUA correm o risco de falhar com sua tradição", acrescentou, referindo-se à liberdade de expressão no país. "A lei não tem sentido se não for respeitada pelo governo", continuou Assange durante uma coletiva de imprensa sob medidas de segurança excepcionais.
O fundador do WikiLeaks, que anda sempre com guarda-costas, foi convidado por uma ONG para Genebra, às vésperas de uma reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU que analisará a situação destes direitos nos EUA.
TORTURA
O site publicou no mês passado relatórios de incidentes, do período de janeiro de 2004 até 2009, escritos por soldados americanos que mostram que o exército americano nada teria feito para impedir as torturas cometidas pelas forças iraquianas.
Julian Assange informou que, apesar "dos pedidos de organizações de defesa dos Direitos Humanos e da ONU", o governo dos EUA ainda não começou as investigações sobre as revelações, ao contrário de outros países como Reino Unido e Dinamarca.
"Minha organização se encontra em uma situação incomum, sendo especialista em violação dos Direitos Humanos pelo governo dos EUA e vítima de alguns desses abusos", disse.
Ele acrescentou que sua equipe e pessoas "ligadas a sua organização" foram submetidas a pressões e "se sentem ameaçadas" pelo Pentágono.
Assange informou ainda que os abusos denunciados no Iraque (2004-2009) não datam apenas do governo George W. Bush. "A administração Barack Obama também violou a lei ao transferir prisioneiros para grupos conhecidos por praticar tortura", contou.
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