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05/11/2010 - 16h21

Embaixador do Irã diz que anúncio de morte de Sakineh busca desviar opinião pública

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DA ANSA, EM ROMA
DE SÃO PAULO

O embaixador do Irã em Roma, Seyed Mohammad Ali Hosseini, classificou como uma "tentativa de desviar a opinião pública" as recentes informações sobre a execução de Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada de adultério e de ter participado do assassinato do marido.

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"As vozes colocadas em circulação nos dias passados sobre a iminente execução da senhora Sakineh Ashtiani são privadas de fundamento e nascem de fontes ligadas ao grupo terrorista MKO [Mujahedin-e Khalq, que se opõe ao governo iraniano]", assinalou ele em entrevista à Ansa.

AP
A iraniana condenada à morte por adultério; ativistas denunciaram que ela poderia ser executada ontem (3)
A iraniana condenada à morte por adultério; ativistas denunciaram que ela poderia ser executada ontem (3)

Na terça-feira, a porta-voz da ONG Comitê Internacional Contra o Apedrejamento, Mina Ahadi, anunciou que a iraniana poderia ser morta já na quarta-feira. No dia seguinte, porém, ela veio a público para negar que a execução houvesse ocorrido. Posteriormente, Ahadi afirmou que Sakineh "está bem, não tivemos notícia de uma nova data de execução".

O caso da iraniana atraiu a atenção internacional por ela ter sido condenada em seu país a morrer apedrejada sob a acusação de adultério. Após uma intensa pressão internacional, que mobilizou até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pena foi suspensa em agosto.

No mês seguinte, fontes oficiais anunciaram que o castigo havia mudado para o enforcamento como punição pelo crime mais grave do qual Sakineh é acusada -- cúmplice no assassinato do marido. Na época, a Chancelaria do Irã garantiu que a decisão não era final.

"Em alguns países do mundo, algumas autoridades caíram nesta armadilha [da execução iminente]. Na realidade, o procedimento judicial relativo ao caso da senhora Ashtiani ainda não foi completado, e não foi emitida até hoje qualquer sentença definitiva", acrescentou Hosseini.

O posicionamento mostrado pelo embaixador do Irã em Roma reafirma o que já comentaram ontem os diplomatas do país em Londres e Madri, que o caso de Sakineh ainda não foi concluído.

"De qualquer forma que isso aconteça, ficará a cuidado das autoridades judiciárias declarar o êxito do processo com clareza e oportunamente, colocando fim a quaisquer vozes enganosas em contrário", assinalou ainda Hosseini.

Recentemente, o presidente da associação Refugiados Políticos Iranianos na Itália, Karimi Davood, afirmou que o objetivo do governo de Mahmoud Ahmadinejad é enforcar a mulher "em segredo e deixar o mundo diante de um fato consumado", o que causa "grande preocupação" às entidades de direitos humanos.

ENTENDA

O caso de Sakineh, de 43 anos, atraiu a atenção do mundo inteiro, em uma campanha que mobilizou inúmeros governos e entidades humanitárias. Considerada culpada de adultério pela Justiça iraniana, ela foi condenada à morte por apedrejamento, mas a pena acabou sendo suspensa no início de setembro.

No final do mês passado, autoridades locais anunciaram o castigo de enforcamento como punição pela participação na morte do marido. A medida foi logo retificada pela Chancelaria do Irã, a qual afirmou que as formalidades legais do processo ainda não estavam concluídas.

Entre os que tentaram intervir estiveram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu a libertação de Sakineh e ofereceu-lhe asilo. Em resposta, o governo de Mahmoud Ahmadinejad afirmou que o brasileiro estava "desinformado" sobre o caso.

No dia 5, Sajjad informou à ter pedido a interferência do papa Bento 16 a favor de sua mãe e solicitou asilo político à Itália. Na ocasião, o jovem afirmou que ele e a irmã, Sahideh, temiam ser presos em seu país, e que Kian também corria esse risco.

 

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