Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/11/2010 - 10h27

Vítima de incêndio no México ligou para os pais antes de morrer

Publicidade

DA ANSA, NA CIDADE DO MÉXICO

A jovem mexicana Ariana López, 24, despediu-se de sua família em uma ligação de seu telefone celular momentos antes de morrer em um incêndio ocorrido na terça-feira em uma loja de departamento em Culiacán, em Sinaloa, Estado da região noroeste do México.

Acompanhe a Folha no Twitter
Conheça a página da Folha no Facebook

"Escutamos seu último alento de vida", revelaram nesta sexta-feira os pais da jovem, que trabalhava no estabelecimento e morreu ao lado de mais cinco colegas de trabalho que ficaram presas no prédio da cadeia de lojas de departamento Coppel. No momento do incêndio, o local estava com as cortinas de metal fechadas e cadeados presos.

As funcionárias acabaram isoladas no edifício para realizar, no período noturno, um inventário dos produtos e vendas e, quando o fogo surgiu e se espalhou, os bombeiros não tiveram como entrar no prédio para resgatá-las.

Segundo uma denúncia de Adán Lópex, pai de Ariana, o edifício da Coppel em Culiacán não tinha uma saída de emergência. O subprocurador de Justiça de Sinaloa, Martín Robles Armenta, confirmou que, de acordo com o comunicado do Corpo de Bombeiros e da Proteção Civil, foi impossível prestar auxílio com rapidez, uma vez que as cortinas de metal estavam fechadas, informou o site de notícias mexicano Vanguardia.

"Temos que verificar se efetivamente estas empregadas estavam presas, e se assim foi, é um fato que tem por si mesmo que ser sancionado. Não é possível, não há nenhuma forma de justificar que alguém prive outro da liberdade", colocou o diretor geral de Inspeção Federal do Trabalho da Secretaria de Trabalho e Previsão Social (STPS), Rafael Adrián Avante Juárez.

Ele informou que a secretaria intervirá na investigação sobre o caso e serão feitas as pesquisas necessárias para determinar se houve omissões na questão de segurança trabalhista, segundo o jornal local "La Jornada".

O diretor da secretaria enfatizou que não existe uma disposição legal, normativa, nem contratual que possibilite aos empresários a privação de liberdade aos seus trabalhadores, muitos menos com relação às saídas de emergência. Avante Juárez sustentou que, de acordo com as normas, uma saída de emergência não deve estar fechada e deve ser acessível inclusive pelo lado de fora.

Por sua vez, o diretor comercial da Coppel, Manuel García Félix, afirmou que um coordenador de equipe estava com as chaves do local, mas disse desconhecer o motivo pelo qual ele não se encontrava no edifício no momento e se as funcionárias puderam manter contato com ele.

Ainda de acordo com o Vanguardia, o gerente regional da Coppel de Culiacán, José Ángel Meza, lamentou em um comunicado a morte das seis jovens e agradeceu a reação dos corpos de auxílio e resgate.

Em 2009, 49 crianças morreram após um incêndio na creche ABC do Estado de Sonora, no norte do país, que estava com as saídas de emergência fechadas. A Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) emitiu uma decisão, no último dia 15 de junho, deixando de apontar responsáveis pelo acidente, o que causou protestos dos familiares das vítimas.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página