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17/11/2010 - 18h51

"Mercador da morte" alega inocência em corte nos EUA

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O suposto traficante de armas russo Viktor Bout, conhecido como "mercador da morte", alegou inocência nesta quarta-feira em um tribunal de Nova York, nos Estados Unidos. O juiz ordenou sua prisão preventiva, sem direito à fiança, um dia depois de sua extradição da Tailândia e em meio a duras críticas da Rússia.

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Bout, que alega ser empresário, deve enfrentar acusações de terrorismo e tráfico de armas para ditadores e zonas de conflito na África, América do Sul e Oriente Médio --alegações que inspiraram o filme de Hollywood "O Senhor das Armas", protagonizado por Nicolas Cage em 2005.

Sukree Sukplang-16nov.10/Reuters
Viktor Bout é escoltado por membros da polícia especial para ser extraditado para da Tailândia para os Estados Unidos
Viktor Bout é escoltado por membros da polícia especial para ser extraditado para da Tailândia para os Estados Unidos

"O chamado "mercador da morte" é agora um prisioneiro federal", disse o promotor de Manhattan Preet Bharara. "Ele foi acusado e os mesmos direitos de qualquer um na corte em Nova York e em qualquer lugar do país".

Sua próxima audiência deve ocorrer em 10 de janeiro. Caso seja declarado culpado, Bout enfrenta pena mínima de 25 anos e máxima de prisão perpétua.

Após mais de dois anos de uma batalha judicial, Bout foi extraditado nesta terça-feira da Tailândia, onde foi detido em março de 2008, para os EUA. A Rússia criticou duramente a medida, que classificou de ilegal e determinada por uma "pressão sem precedentes" de Washington.

Bout foi detido na Tailândia em março de 2008, por membros da agência antidroga dos EUA que se faziam passar por compradores de armas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

As autoridades tailandesas se disponibilizaram a processá-lo por apoio ao terrorismo, mas desistiram perante a falta de provas. A extradição já havia sido aprovada em 20 de agosto, mas uma corte reverteu a medida até que um segundo julgamento de lavagem de dinheiro e fraude fosse encerrado. Recentemente, o juiz responsável decidiu que não há provas suficientes e anulou o processo.

O próprio Bout tentou apelar diversas vezes da extradição, alegando que corre risco de morte nos EUA. Sua mulher, Ala Bout, foi à público recentemente pedir que a Rússia "defenda seu cidadão" e impeça a extradição.

O governo russo diz que Bout é um homem de negócios que não está ligado a nenhum crime e que ele deve ser repatriado.

EMPRESÁRIO

Bout afirma ser um honrado empresário, fala seis idiomas e é conhecido por oito nomes diferentes. Ele nega envolvimento no tráfico ilegal de armas e diz que transporta cargas. Segundo os serviços de inteligência ocidentais, o suposto traficante aproveitou o fim da União Soviética para comprar --de generais corruptos e a baixo preços-- arsenais inteiros na Bulgária, Moldova e Ucrânia. As armas eram vendidas então em regiões de conflito.

A Anistia Internacional afirma que ele chegou a operar uma frota de mais de 50 aviões que transportavam armas por todo o continente africano, onde conseguiu até mesmo evitar um embargo internacional para fazer negócios com Charles Taylor, ex-presidente da Libéria que atualmente está sendo julgado em Haia por crimes de guerra.

Segundo o FBI (Polícia Federal americana), Bout também tentou adquirir uma bateria antiaérea e conspirou para assassinar cidadãos americanos ao fornecer armas para a rede terrorista Al Qaeda.

 

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