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18/11/2010 - 18h15

Portugal enfrenta seu maior desafio em segurança ao sediar cúpula da Otan

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OSCAR TOMASI
DA EFE, EM LISBOA (PORTUGAL)

A presença dos mais importantes líderes do mundo ocidental em Lisboa durante 48 horas obrigou Portugal a enfrentar o seu maior desafio de segurança e organizar uma enorme operação devido ao risco de atentados e protestos violentos.

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Entre outras medidas, as autoridades introduzirão controles fronteiriços para cidadãos europeus, medida já aplicada em outras cúpulas em países europeus e prevista no acordo de Schengen de forma "excepcional" quando a ordem pública ou a segurança interior for colocada em risco.

As Forças Armadas de Portugal acionarão também um forte dispositivo militar, que inclui uma fragata, caças F-16 e o desdobramento de serviços de inteligência não detalhados. Já a polícia foi autorizada a utilizar sistemas de vídeovigilância de pedestres, normalmente não permitidos em Lisboa.

Para o próximo fim de semana, a capital portuguesa espera a visita de mais de 5.000 pessoas, entre membros das delegações oficiais e jornalistas.

A ameaça terrorista da Al Qaeda será um dos temas de discussão dentro e fora das reuniões, com a estratégia sobre o Afeganistão no centro do debate entre os membros da Otan, e uma das preocupações da polícia e o Exército português, ambos em alerta perante o risco de atentados.

Embora não exista uma advertência concreta por parte da Al Qaeda sobre esta cúpula, a intensificação do alerta antiterrorista na França --com várias ameaças falsas de bomba a locais como a Torre Eiffel-- e a detenção na semana passada de cinco supostos jihadistas levaram as precauções a um nível mais alto.

O ministro do Interior, Rui Pereira, admitiu nesta semana que o grau de ameaça será "elevado", embora não existam motivos concretos para o alarme, e destacou a importância de reforçar a vigilância "na aviação comercial, já que foi o meio utilizado por grupos terroristas" em outras ocasiões.

Além do risco de atentado, as autoridades esperam a chegada de centenas de ativistas radicais do grupo conhecido como Black Block para participar da contracúpula organizada por movimentos pacifistas, sindicatos e partidos de esquerda.

O diretor do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (Oscot) de Portugal, José Manuel Anes, disse que esse grupo tem membros em diferentes países e se caracteriza por se infiltrar em manifestações pacíficas para suscitar atos de vandalismo e violentos.

"Alguns receberam treinamento militar", alertou Anes. Seus integrantes utilizam desde tacos de beisebol e pedras até coquetéis molotov nos protestos.

O grupo é acusado de participar de numerosos atos de violência em reuniões de alto nível, como a cúpula da Otan de abril de 2009 ou a reunião do G20 no Canadá de junho deste ano.

A cúpula da Otan afetará o dia a dia de muitos cidadãos de Lisboa, com restrições de tráfego e medidas de segurança na grande região de lazer no entorno do Parque das Nações, onde será realizada a conferência.

A preocupação em função da segurança levou também ao adiamento de um show de rock e ao do jogo entre Benfica e Braga pelo Campeonato Português --ambos aconteceriam no dia 20.

O governo tentou atenuar as mudanças na rotina dos cidadãos ao permitir que na sexta-feira os funcionários cujas presenças não sejam indispensáveis às suas empresas faltem ao trabalho.

 

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