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18/11/2010 - 20h08

Pentágono contraria Cameron e diz que 2014 é meta, e não prazo para sair do Afeganistão

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DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Estados Unidos e Reino Unido apresentaram uma séria divergência nesta quinta-feira sobre o prazo de retirada de suas tropas do Afeganistão, em mais um sinal da perda de apoio dos americanos na guerra que já ultrapassa nove anos.

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O Departamento de Defesa dos EUA disse hoje que transferir a segurança do país às forças afegãs até 2014 é uma meta, e não um prazo.

O secretário de imprensa do Pentágono, Geoff Morrell, disse que os afegãos podem não estar prontos para controlar todo seu território até o fim de 2014, e que pode haver a necessidade de deixar alguns soldados americanos após essa data para dar suporte aos afegãos.

Mais cedo, porém, o governo do Reino Unido insistiu calorosamente que suas tropas vão encerrar o combate no Afeganistão até 2015, independentemente das condições de segurança ou dos progressos na luta contra os insurgentes do grupo islâmico Taleban.

Cameron defendeu ainda que outros membros da Otan devem ajudar mais. "Acho que deveríamos usar, francamente, o fato de que demos tanto, gastamos tanto e perdemos tantas vidas, para encorajar outros na Otan... se eles não podem estar em um papel de combate, que estejam em missões de treinamento, ajudando aquele país", disse ele.

Alguns países da Otan, como a Alemanha, impuseram restrições nas funções de seus soldados no Afeganistão.

Alguns dos principais aliados dos EUA na guerra já dizem publicamente que o caminho militar não é a melhor escolha para obter estabilidade no país. Nesta quarta-feira, o novo ministro de Defesa da França, Alain Juppe, disse em entrevista a uma rádio que o Afeganistão é uma armadilha para as tropas aliadas.

CÚPULA DA OTAN

Os comentários foram feitos às vésperas da cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Lisboa, na qual a retirada das tropas do Afeganistão será um dos temas centrais entre os 28 líderes.

A reunião entre os países com tropas no Afeganistão, a União Europeia e as organizações internacionais mais presentes no país, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e o Banco Mundial, além do próprio presidente afegão, Hamid Karzai, deve ocorrer no próximo sábado (20).

Na ocasião, será anunciado formalmente o início da transição da responsabilidade da segurança para as forças afegãos em alguns distritos mais seguros para o começo de 2011.

O processo deve ser ampliado progressivamente a todo o país até o fim de 2014, quando os combates seriam encerrados.

Mas, com a vitória ainda distante de ser declarada, a Otan e o Afeganistão devem assinar ainda um acordo de cooperação a longo prazo, para manter compromisso das tropas internacionais com a segurança do país.

PRESSÃO BRITÂNICA

O Reino Unido tem o segundo maior efetivo no país depois dos EUA. Cerca de 344 soldados britânicos foram mortos no Afeganistão desde 2001, muitos deles em duros combates contra insurgentes talebans na província de Helmand.

David Cameron disse em uma audiência com legisladores que o prazo para a retirada da maioria dos 10 mil militares britânicos do Afeganistão não é negociável.

"Até 2015, o Reino Unido terá desempenhado um papel enorme, dado uma contribuição enorme, feito enormes sacrifícios para um Afeganistão melhor, mais seguro e mais forte, e acho que o povo britânico merece saber que existe um ponto final em tudo isso", disse Cameron.

"É por isso que eu estabeleci o prazo de 2015, e sim é um prazo", completou.

Cameron fez sua primeira aparição perante o comitê do Parlamento, que realiza duas sessões a cada ano com o então primeiro-ministro para examinar a política em uma série de questões.

Desde que assumiu o cargo em maio, Cameron disse que seu governo reduziu as ambições no Afeganistão e reconheceu os perigos da queda da aprovação do povo britânico ao conflito.

 

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