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19/11/2010 - 16h31

Epidemia de cólera do Haiti será menos grave na República Dominicana, diz OMS

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou nesta sexta-feira que a epidemia de cólera do Haiti deve trazer consequências menos graves para a vizinha República Dominicana, onde ao menos três casos da doença já foram registrados.

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Muitos haitianos trabalham na República Dominicana e, como as infecções por cólera com frequência não produzem sintomas, a doença pode atravessar facilmente a fronteira, disse o porta-voz da OMS Gregory Hartl.

"É completamente esperado que haja casos na República Dominicana. Estamos observando os primeiros sinais desses casos e trabalhamos com o governo da República Dominicana para preparar o país", afirmou Hartl.

O número de infectados pela cólera na República Dominicana subiu para três, segundo balanço do governo dominicano, com a confirmação de que uma avó e sua neta de três meses contraíram a doença. Ambas são dominicanas.

A mulher se recupera em casa, enquanto a menina está internada, mas ambas "estão fora de perigo". Elas já recebem tratamento e devem ter alta nos próximos dias, disse o ministro da Saúde, Bautista Rojas. Estes dois casos se somam ao do haitiano Wilmo Louwe, o primeiro doente de cólera declarado na República Dominicana.

Rojas ressaltou o trabalho que seu departamento tem empreendido em todo o país e que permitiu identificar estes casos. Segundo ele, médicos, epidemiologistas, especialistas em salubridade e agentes de saúde manterão a busca incessante por pessoas com sintomas da doença, assegurou um comunicado da instituição.

"O Ministério da Saúde Pública está em toda a geografia nacional trabalhando casa por casa, em bairros, ruas, becos e comunidades para, desta forma, prevenir qualquer caso do surto de cólera em território nacional", destacou.

A doença é tratada de maneira simples, com sais de hidratação oral --ou soluções caseiras feitas com 1 litro de água, 1 colher de sal e seis colheres de açúcar --, mas pode ser letal, caso não seja combatida logo.

Outro porta-voz da OMS Christian Lindmeier afirmou que as melhores condições sanitárias da República Dominicana indicam que a doença, que causa diarreia, deverá ser menos perigosa. "Não esperamos que sejam tão altos como no Haiti", afirmou ele, referindo-se aos indicadores de gravidade da doença e de mortes.

As autoridades sanitárias da Flórida registraram um caso confirmado de infecção por cólera --em um morador que visitou a família no Haiti--, mas afirmaram que o risco de um surto nos Estados Unidos é mínimo.

ORIGEM

Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos apontou que a epidemia de cólera foi derivada de "um só caso".

A agência americana, conhecida pela sigla CDC, indicou que os primeiros pacientes com diarreia e desidratação foram internados em 19 de outubro, em cinco hospitais do departamento de Artibonite, e três dias depois as análises de laboratório indicaram a presença da bactéria Vibrio cholerae.

De acordo com o CDC, as análises realizadas no Laboratório Nacional de Saúde Pública do Haiti isolaram bactérias Vibrio cholerae do sorogrupo O1, sorotipo Ogawa, e os estudos genéticos assinalaram que "uma única cepa causou a doença entre as 14 primeiras pessoas hospitalizadas no departamento de Artibonite".

"Se estas bactérias isoladas no laboratório são representativas de todas as que circulam no Haiti, as conclusões indicam que, provavelmente, a Vibrio cholerae foi introduzida no Haiti em um só acontecimento", acrescentou o relatório.

Neste mesmo sentido, a porta-voz da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Donna Eberwine-Villagrán, explicou que o relatório "não quer dizer que a cólera foi introduzida no país por uma só pessoa, mas pode ter sido, por exemplo, por um alimento" ao Haiti.

Segundo a OPAS, a epidemia afeta os departamentos de Artibonite, Central, Oeste, Noroeste, Sul, Norte e Nordeste. Além disso, foram confirmados casos de cólera em seis das sete comunas da capital haitiana, Porto Príncipe.

O Ministério da Saúde do Haiti havia notificado, até quinta-feira, 18.382 casos de pessoas hospitalizadas e 1.110 mortes derivadas da doença em todo o país.

No Haiti, não eram registrados casos de cólera há mais de 100 anos e a cepa de bactérias identificada no país caribenho "não se distingue da encontrada anteriormente nos países do Sul da Ásia e em outras partes".

 

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