Publicidade
Publicidade
Grupos pró-imigrantes protestam contra hostilidades a estrangeiros em Portugal
Publicidade
MATEUS PARREIRAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LISBOA
Revoltados com a piora nas condições de trabalho e com uma onda de hostilidades contra imigrantes, grupos que defendem os estrangeiros picharam frases de repúdio ao governo nas últimas semanas em paredes dos principais monumentos históricos e igrejas de Lisboa.
As ações em locais como a Igreja da Sé e o Mosteiro de São Vicente de Fora deixaram turistas perplexos. São críticas contra o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e o governo.
Imigrantes brasileiros repudiaram as pichações, dizendo haver outras formas de se manifestar sem depredar o patrimônio do país.
"O clima tem piorado. Os portugueses brigam com a gente o tempo todo. Mandam a gente voltar para nossa terra. Mas pichar um monumento prejudica a todos", afirma o comerciante carioca Fábio Abreu, 32, que vive há cinco anos em Lisboa e trabalha num quiosque no largo da Igreja da Sé.
A crise econômica mundial desencadeada pelos EUA em 2008 agravou os problemas de Portugal.
Faltam empregos, e especialistas estimam que a parcela mais pobre tenha crescido em pelo menos
30% neste ano.
Uma greve geral alardeada por faixas e pichações por toda cidade foi marcada para o próximo dia 24 para protestar contra o orçamento do governo para 2011, marcado por aumento de impostos, queda de salários do setor público e ajudas sociais.
Um ensaio para a paralisação de vários setores, como transportes e serviços públicos, reuniu cerca de 100 mil pessoas --segundo a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública-- na praça Marques de Pombal, uma das mais importantes da capital, no último dia 6.
Esse descontentamento afetou os imigrantes no bolso e os tornou "bode expiatório" dos portugueses, diz o pintor Luciano Salazar, 40, há quatro anos em Lisboa.
"As condições de trabalho para o imigrante pioraram muito. Não recebemos mais horas extras e adicionais noturnos. O governo e os sindicatos fazem vistas grossas para isso, e os patrões se aproveitam", critica.
Antônio, um português que trabalha numa agência de aluguel de carros na capital e pede para não ser identificado, afirma que os problemas trazidos pelos imigrantes vão além do desemprego.
"Desde que abriu-se a União Europeia aos países do Leste Europeu houve aumento da violência e piora da qualidade de vida", disse.
Nenhuma pessoa que possa estar ligada ao grupo de pichadores foi presa.
+ Notícias sobre Portugal
- Portugal usa símbolos da culinária local em jantar para líderes da Otan
- Em meio a revés no Afeganistão, Obama chega a Lisboa e busca revitalizar Otan
- Portugal enfrenta seu maior desafio em segurança ao sediar cúpula da Otan
+ Notícias em Mundo
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice