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22/11/2010 - 10h43

Declarações do papa sobre preservativos abrem debate nas Filipinas

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DA EFE

A posição do papa Bento 16, que admitiu o uso do preservativo em certos casos, provocou um vivo debate nas Filipinas, o maior país católico da Ásia, onde a Igreja e o governo divergem sobre a questão dos métodos anticoncepcionais.

Em um livro que será lançado nesta terça-feira (23) na Alemanha e na Itália, Bento 16, 83, afirma que o uso de preservativos é aceitável "em certos casos", especialmente para reduzir o risco de infecção do HIV, mas insiste que não é a "verdadeira" maneira para combater a aids, já que para ele é necessária uma "humanização da sexualidade".

Os comentários do papa tomaram conta das manchetes dos jornais filipinos, em um país cujo presidente, Benigno Aquino, anunciou recentemente que o governo financiará a contracepção para os casais mais pobres, apesar da forte oposição da Igreja.

Para o presidente Aquino, a posição do papa deverá contribuir para convencer a Igreja a favor de seu projeto.

"Nosso clero não pode ser mais papista que o papa", declarou o porta-voz do presidente, Ricky Carandang.

Mas a Igreja filipina considerou a interpretação dos comentários do papa exagerada.

DECLARAÇÕES

"Os últimos comentários do santo padre sobre a utilização do preservativo não mudam em nada a posição da Igreja sobre a contracepção artificial", declarou o monsenhor Juanito Figura, secretário-geral da Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas.

"O santo padre não fala do preservativo no contexto do controle da população", enfatizou.

O Vaticano também ressaltou o "caráter excepcional" do uso da camisinha nas declarações feitas pelo papa e insistiu que o uso do preservativo é justificado apenas "em alguns casos" e não constitui uma solução ao problema.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, declarou que o pontífice falou a respeito de uma "situação excepcional".

"O papa considerou uma situação excepcional na qual o exercício da sexualidade é um perigo real para a vida do outro", afirma Lombardi em um comunicado.

A nota, pouco usual do Vaticano, descarta que as declarações do pontífice possam ser definidas como uma "mudança revolucionária" e reitera que para os casos excepcionais "o papa não justifica o exercício desordenado da sexualidade, e sim considera o uso do preservativo para diminuir o perigo de contágio como "um primeiro ato de responsabilidade'".

A população das Filipinas é de 94 milhões de habitantes, cifra que dobrou em 30 anos.

 

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