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Inteligência do Reino Unido foi ingênua em caso de taleban impostor, diz jornal
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os serviços de inteligência britânicos foram enganados por um impostor, que acreditavam ser um alto comandante taleban, uma peça chave para o processo de paz no Afeganistão, informa o jornal "The Times".
Os agentes de inteligência pagaram ao impostor centenas de milhares de dólares, convencidos de que ele era um comandante com capacidade para negociar com altos comandantes americanos e afegãos.
Tudo leva a crer agora, como já informou o "New York Times", que o impostor era uma taleban de menor importância ou, simplesmente, um impostor.
"A inteligência britânica foi ingênua e não houve ilusões de nossa parte", declarou um alto funcionário do governo afegão ao jornal.
O MI6, a agência de inteligência britânica, acreditava estar em contato com o mulá Ajtar Mohammad Mansur, ex-ministro do governo taleban e segunda figura no comando do mulá Omar, o líder taleban. Por este motivo o levou a Cabul em diversas ocasiões.
Funcionários do governo afegão afirmaram ao "Times" que o suposto líder taleban chegou a se reunir com o presidente Hamid Karzai, que no início da semana negou que o encontro tenha acontecido.
O jornal afirma ainda que tudo indica que os Estados Unidos ajudaram a Reino Unido a comprovar a posição do "líder taleban" com seus dados de inteligência.
O ex-representante americano em Kandahar, Bill Harris, afirmou que o erro vergonhoso não foi apenas britânico, já que "algo tão estúpido geralmente requer um trabalho em equipe".
A CIA, a agência de inteligência americana, teria se mostrado cética diante dos pedidos britânicos. Em junho, o diretor da agência, Leon Panetta, afirmou que algumas aproximações com os talebans não eram sérias.
O comandante das tropas americanas no Afeganistão, general David Petraeus, disse não ter ficado surpreso com a revelação do "New York Times".
CASO
As dúvidas começaram a surgir em outubro, quando um funcionário do governo afegão que conheceu o verdadeiro mulá Mansur disse que não era o mesmo homem. O impostor desapareceu e ainda não foi localizado.
Outra fonte governamental disse que "às vezes a Otan não distingue um líder taleban com barba e turbante de outro".
Muitos integrantes da liderança do Taleban, composta em larga medida por religiosos pouco letrados e de origem rural, nunca foram vistos em pessoa pelas autoridades norte-americanas, afegãs ou da Otan.
As desconfiança sobre o verdadeiro Mansour, relatou o "Times", veio depois do terceiro encontro, quando um homem que conhecia o mulá há anos disse que o homem presente à reunião nem ao menos se parecia com ele. Até então, contudo, o impostor já recebera uma grande quantia em dinheiro para que aceitasse participar das conversações.
As hipóteses para explicar o golpe são inúmeras. Alguns defendem que ele não passa de um trapaceiro que decidiu se fazer passar por líder do Taleban a fim de ganhar dinheiro. Outros dizem que o homem talvez fosse um agente do Taleban com intenção de manipular as conversas de paz.
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