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Falta de informações sobre locais de votação dificulta pleito no Haiti
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DA REUTERS, EM CANAAN
Canaan, um acampamento de barracas e lonas instalado há dez meses por milhares de sobreviventes do terremoto haitiano, tem uma delegacia pré-fabricada, um centro comunitário com teto de zinco, escolas e igrejas em barracas, e até uma barbearia.
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Mas, a dois dias da crucial eleição presidencial e legislativa, os moradores não têm ideia de onde irão votar. Se haverá uma seção eleitoral montada ali, ninguém sabe - nem a polícia local.
"Se não houver seção eleitoral, as pessoas não vão votar. Precisamos de uma aqui", disse Vil Launaise, dirigente do setor 2 de Canaan, onde residem quase 6.000 sobreviventes do terremoto de 12 de janeiro. Outros 6.000 estão espalhados pelo restante desta colina árida, cerca de oito quilômetros ao norte da capital.
As autoridades do Haiti dizem que está tudo preparado para instalar 11 mil seções eleitorais para os 4,7 milhões de eleitores em todo o país - uma média de 450 por seção.
Não bastasse a devastação causada pelo terremoto, o Haiti -- que já era antes disso o país mais pobre das Américas -- enfrenta também uma epidemia de cólera e episódios esporádicos de violência política ou contra as tropas de paz da ONU (Organização das Nações Unidas). As autoridades afirmaram, no entanto, que não havia motivo para cancelar as eleições.
Mas muitos haitianos não sabem onde irão votar, e muito menos em quem.
"Realmente não sei sobre nenhum candidato, mas se eu conseguir achar (a seção eleitoral), eu vou votar", disse Vanessa Deslica, 39 anos, que vive em Canaan 2 com seus dois filhos. "Mas não sei onde é, ninguém me disse."
A queixa dela é partilhada por muitos dos 1,3 milhão de habitantes dos campos de sobreviventes em Porto Príncipe e arredores.
Informar sobre a eleição a uma população traumatizada por sucessivas calamidades neste ano é um dos desafios das autoridades eleitorais haitianas, também questionadas quanto à sua credibilidade e transparência.
As autoridades pediram aos eleitores que procurassem seus locais de votação na Internet ou por telefone - mas muitos haitianos não têm acesso a uma coisa nem à outra.
Poucos dos 18 candidatos a presidente fizeram campanha em Canaan. Enquanto as dilapidadas ruas da capital estão repletas de propaganda eleitoral, em Canaan os únicos cartazes visíveis são de alerta sobre o cólera e pedidos de ajuda para localizar dezenas de crianças desaparecidas.
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