Parlamento alemão propõe ao papa discursar diante do plenário

O Parlamento alemão (Bundestag) abriu possibilidade para o papa Bento 16, durante sua visita à Alemanha em 2011, fazer discurso no plenário, informa neste sábado o jornal "Bild".

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Norbert Lammert, presidente do Bundestag, lembrou durante uma sessão do Conselho de Anciãos do Parlamento, que em 2006 já havia feito o mesmo convite ao pontífice. Para o deputado democrata-cristão Nobert Geis seria uma honra para o Bundestag.

O especialista em política externa dos Verdes, Volker Beck, se mostrou mais cético e disse que o Parlamento costuma tradicionalmente reservar o discurso para chefes de Estado.

No caso do papa, sua condição de líder religioso é mais importante do que a de chefe de Estado e, conforme Beck, é preciso questionar se o Parlamento é o local adequado para que a máxima autoridade da Igreja Católica pronuncie um discurso.

A relação do papa com os bispos e a Igreja de seu país não foi sempre fácil, principalmente quando presidiu a Congregação para a Doutrina da Fé (antiga Inquisição). Foram vários os conflitos com o lado mais liberal dos católicos alemães por temas relacionados ao aborto e ao ecumenismo.

Na Alemanha, pelos dados da Conferência Episcopal, há 25,2 milhões de católicos que representam 30,7 % da população, número muito similar aos 24,5 milhões de protestantes, de acordo com dados da Igreja evangélica.

No total, os cristãos, somando protestantes, católicos, ortodoxos e outras vertentes, representam aproximadamente 63% da população alemã. No oeste do país 72% dos habitantes pertencem a alguma Igreja ou grupo religioso, no leste, o território da extinta RDA (República Democrática Alemã), o número só chega a 25%.