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08/12/2010 - 16h01

Piñera diz que sistema carcerário do Chile "não é digno" de um país civilizado

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DA ANSA, EM SANTIAGO DO CHILE

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, criticou nesta quarta-feira o sistema carcerário do país, afirmando que ele "não é digno de um país que trata civilizadamente suas pessoas".

O "Chile não merece um sistema carcerário como o que temos", afirmou Piñera, ao comentar o incêndio que foi registrado nesta madrugada na penitenciária de San Miguel, na periferia de Santiago do Chile. O incidente matou 83 prisioneiros e deixou ao menos outros dez feridos.

O mandatário ainda criticou o alto nível de aglomeração de prisioneiros nas cadeias do país e assegurou que esta tragédia pode ajudar a corrigir os rumos do sistema penitenciário chileno.

Ele confirmou o número de mortos e informou que praticamente todos já foram identificados pelas autoridades, mas alertou que a quantidade de vítimas fatais ainda pode aumentar.

Segundo o chefe do Executivo do Chile, no momento do incêndio, o presídio era vigiado por seis carcereiros na parte interna e 26 na parte externa, em uma cadeia que mantém 1.900 reclusos.

Piñera se deslocou nesta manhã para o Hospital Posta Central, onde estão internados cinco presidiários feridos, reportou a imprensa local. Ele foi acompanhado pelos ministros do Interior, Rodrigo Hinzpeter, da Justiça, Felipe Bulnes, e de Saúde, Jaime Mañalich.

O presidente chileno teve que suspender uma atividade que estava agendada para hoje cedo no Centro Cultural Gabriela Mistral, no centro da capital. Ele iria participar da cerimônia de lançamento dos Jogos Odesur 2014.

INVESTIGAÇÃO

O presídio "ardeu em três a quatro minutos, e aos 15 minutos, foi feito o chamado às ambulâncias", colocou o mandatário chileno, que garantiu que serão investigadas as responsabilidades pelo ocorrido. O procurador chileno Alejandro Peña foi designado pela Procuradoria do país para investigar uma possível negligência por parte da polícia penitenciária no incêndio.

Os deputados Hugo Gutierrez, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e Guillermo Teiller, ambos do Partido Comunista do Chile (PCCh), questionaram o sistema carcerário do país.

Por sua vez, os deputados da Concertação de Partidos pela Democracia (CPD) Marco Antonio Núñez e Jorge Castro anunciaram que solicitarão a criação de uma comissão investigadora na casa legislativa para apurar as causas e responsabilidades do incidente.

Frente ao desespero dos familiares, que se acumularam na frente da penitenciária para saber de notícias de seus parentes detidos, a secretária-geral do governo, Ena von Baer, pediu calma aos familiares e disse que em breve serão divulgados os nomes dos falecidos e dos feridos.

O diretor da polícia penitenciária, Luis Masferrer, entregou uma lista aos familiares com o nome dos réus que estão a salvo em um ginásio e na enfermaria da cadeia.

 

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