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População foge da Costa do Marfim diante de ameaça de guerra civil, diz ONU
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para refugiados informou nesta terça-feira que mulheres e crianças estão fugindo da Costa do Marfim após as violências durante a disputa entre o presidente Laurent Gabagbo e oposicionista Alassane Ouattara, considerado pela comunidade internacional o vencedor das últimas eleições.
Protestos na capital econômica do país, Abidjã, causam temores de um reinício da guerra civil que dividiu o país entre 2002 e 2003.
O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Adrian Edwards, disse que em torno de 6.000 pessoas tiveram que fugir para a Libéria enquanto 200 outras foram para a Guiné.
O Acnur declarou que suprimentos de emergência foram enviados por via aérea para ajudar 30 mil pessoas, mas o número é apenas uma estimativa prévia.
Desde a semana passada, a ONU disse ter recebido relatos de dezenas de marfinenses sequestrados de suas casas durante a noite. A organização afirma ainda que cerca de 50 pessoas morreram durante os confrontos entre o movimento pró-Ouattara e as forças de segurança aliadas à Gbagbo.
TENSÃO
A ONU declarou Alassane Ouattara como vitorioso no segundo turno das eleições presidenciais de 28 de novembro, mas o presidente Gbagbo, no poder desde 2000, recusa-se a permitir que o rival ocupe seu lugar.
Gbagbo ordenou a saída dos agentes da ONU da Costa do Marfim, mas o Conselho de Segurança decidiu nesta segunda-feira estender o mandato da missão até junho de 2011.
Nas últimas semanas, a tensão na Costa do Marfim empurrou os preços do cacau no mercado de futuros para o nível mais alto em quatro meses.
IMPASSE ELEITORAL
No dia 2 de dezembro, o resultado da eleição foi anunciado pelo chefe da Comissão Eleitoral independente do país --que dera à vitória a Ouattara com 54,1% dos votos contra 45,9% do presidente Laurent Gbagbo. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o Conselho de Segurança apoiaram os resultados.
Pouco depois, na mesma data, Gbagbo contestou os resultados e levou a disputa ao Conselho Constitucional, que reverteu o resultado na sexta-feira (3). O conselho anulou cerca de 500 mil votos de redutos de Ouattara, representando quase 10% dos votos, para colocar Gbagbo com 51,4% dos votos.
Gbagbo permaneceu no poder apesar do fim de seu mandato em 2005. As eleições presidenciais foram adiadas seis vezes, até a celebração do primeiro turno em 31 de outubro e do segundo turno em 28 de novembro.
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