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Oposicionista na Costa do Marfim rejeita oferta de presidente para rever votação
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O oposicionista Alassane Ouattara, aclamado pela ONU (Organização das Nações Unidas) vencedor das eleições presidenciais na Costa do Marfim, rejeitou nesta quarta-feira a oferta do atual governante, Laurent Gbagbo, de uma "investigação internacional" sobre disputa de votos "como um jogo político".
Presidente desde 2000, Gbagbo, que recusa-se a deixar o cargo alegando fraudes na votação, propôs na terça-feira um reexame dos resultados eleitorais do segundo turno de 28 de novembro, para prevenir uma escalada de violência no país.
Sia Kambou/AFP | ||
Mulheres seguram carne durante manifesto contra violência e morte no bairro de Abbatoir (açougue), em Abidjã |
Em dezembro, a Comissão Eleitoral independente do país deu a vitória à Ouattara com 54,1% dos votos contra 45,9% do presidente Laurent Gbagbo. Em seguida, Gbagbo levou a disputa ao Conselho Constitucional, que reverteu o resultado, em 3 de dezembro, com cerca de 500 mil votos anulados nos redutos de Ouattara.
A ONU, nesta quarta-feira, advertiu sobre um "risco real" do retorno da guerra civil à Costa do Marfim. A França, após o pronunciamento da ONU, pediu para que seus cidadão deixem o país, por segurança.
Enquanto a comunidade internacional pressiona Gbagbo para solucionar o impasse, o Banco Mundial anunciou que irá interromper os financiamentos da Costa do Marfim, também nesta quarta-feira
REVISÃO
Gbagbo disse que comitê internacional para investigar as eleições seria liderado pela União Africana e poderia também envolver a Comunidade Econômica dos Países de África Ocidental (Ecowas, em inglês), os Estados Unidos (EUA), a ONU, a União Europeia (EU), Rússia e China, que haviam todos reconhecido a vitória de Ouattara.
"Nós terminamos com esses jogos", disse o porta-voz do governo paralelo de Ouattara, Patrick Achi.
"Nós últimos cinco anos, ele tentou manobras para postergar as eleições. Finalmente, que alcançamos, ele perdeu e não quer desistir do poder. Não pensamos que ele mudou nem um pouco", afirmou Achi.
Diplomatas dizem que a estratégia de submeter o pleito a análise internacional quer apenas atrasar o processo.
CRISE
Na segunda-feira (20), o Conselho de Segurança da ONU estendeu o mandato das forças de paz na Costa do Marfim por mais seis meses, contrariando o presidente Laurent Gbagbo, que exigiu a retirada do efetivo no país.
Nas últimas semanas, a tensão na Costa do Marfim empurrou os preços do cacau no mercado de futuros para o nível mais alto em quatro meses.
No domingo (19) a alta comissária de direitos humanos da ONU, Navi Pillary, citou evidências de violações "maciças" dos direitos humanos cometidas na Costa do Marfim, dizendo que mais de 50 pessoas foram mortas nos últimos três dias e suscitou receios sobre relatos de mortes de pessoas detidas
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