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22/12/2010 - 15h31

Ex-membros do ETA são acusados de sequestro de político no México

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DA ANSA, NA CIDADE DO MÉXICO

O sequestro do ex-candidato à Presidência do México Diego Fernández de Cevallos teria sido cometido por um grupo "terrorista" formado por membros do movimento separatista basco ETA, "bolivarianos da Venezuela e integrantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)", segundo denúncia de especialistas em sequestro e guerrilhas.

"São pessoas que dominam o inglês e são formados por 'etarras' [membros do ETA], bolivarianos da Venezuela, cubanos e integrantes das Farc da Colômbia", que teriam sido liderados por uma organização que saiu do grupo Exército Popular Revolucionário (EPR), disse o presidente do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal do México, José Antonio Ortega, em coletiva de imprensa.

De acordo com o especialista, o grupo que sequestrou o ex-candidato se identifica como Tendência Democrática Revolucionária - Exército do Povo (TDR-EP), que opera na região de El Bajío, no centro do México, a cerca de 130 quilômetros da capital, e saiu em dissidência ao EPR em 2000, sendo a única organização ilegal que continua reivindicando a prática de sequestros de políticos como método guerrilheiro.

Segundo Ortega, o motivo do sequestro era "para que a mensagem fosse mais evidente, porque está reconhecendo a presença de um grupo que o sequestra, que humilha o Estado, que o coloca de joelhos, que deixa investigar, que o paralisa".

No domingo (19), os sequestradores reivindicaram o rapto como de natureza política e fizeram um chamado a um levante armado como forma de repúdio à política econômica atual do país. Em comunicado, o grupo acusou o Cevallos de legislar "em prol dos grandes monopólios, assessorando as máfias do poder e litigiando a favor dos grandes chefes do narcotráfico".

DISSIDÊNCIA

Ortega expôs que, desde abril de 2009, o grupo que sofreu um racha com o EPR "fez em nosso país o que nenhuma outra organização fazia desde o rapto de Arnoldo Martínez Verdugo [então dirigente do desaparecido Partido Comunista] em 1985: admitir a realização de sequestros".

Os especialistas estimaram que a TDR-EP arrecadou ao menos US$ 100 milhões nos últimos anos por meio dos sequestros que realizou no México.

O sequestro de Cevallos, da sigla governista Partido da Ação Nacional (PAN), "significa um salto qualitativo do movimento terrorista no México que desafia o Estado e ameaça levá-lo a uma condição falida", opinou, por sua vez, o Movimento Branco, uma organização não-governamental que tem manifestado apoio ao Exército em sua ação contra o narcotráfico.

A libertação de Fernández de Cevallos, de 68 anos, foi anunciada na segunda-feira (20) pela imprensa mexicana, após ele permanecer sete meses e cinco dias em cativeiro. Ele concorreu à Presidência em 1994, quando perdeu para Ernesto Zedillo. Em 27 de novembro, foi divulgada a falsa notícia de que teria sido libertado.

 

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