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28/12/2010 - 08h39

Líderes africanos viajam à Costa do Marfim para dar ultimato a presidente

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os presidentes de três países da África Ocidental irão à Costa do Marfim nesta terça-feira para dizer ao presidente do país, Laurent Gbagbo, isolado internacionalmente, que deixe o poder. Caso contrário, será removido à força.

Caso a missão fracasse, a União Africana já prepara a viagem do primeiro-ministro do Quênia, Raila Odinga, a Abidjã para tentar buscar uma solução ao conflito pós-eleitoral.

Gbagbo, no poder desde 2000, enfrenta cada vez mais pressão internacional e nacional para deixar o governo, que assumiu após a anulação de cerca de 10% dos votos da eleição de novembro, a maioria em redutos de seu opositor e presidente reconhecido pela comunidade internacional, Alassane Ouattara.

O governo de Gbagbo disse que receberá os emissários --Boni Yayi, de Benin; Ernest Bai Koroma, de Serra Leoa; e Pedro Pires, de Cabo Verde-- "como irmãos e amigos e escutar a mensagem que vieram entregar".

Os presidentes viajam em nome da Comunidade Econômica dos Estados de África Ocidental (Cedeao) e advertirão nesta terça-feira a Gbagbo que poderiam utilizar a força para tirá-lo do poder, ao considerar que ele perdeu as eleições presidenciais para Ouattara.

Apesar da promessa de uma recepção calorosa, Gbagbo e seus seguidores já rejeitaram a possibilidade de abandonar o poder, assinalando que a Costa do Marfim "não é um protetorado da Cedeao" e ameaçaram com uma guerra civil e com desestabilização dos países vizinhos se for usada a força contra eles.

UA

Nesta segunda-feira, Odinga foi designado pela União Africana (UA) para "ir à Costa do Marfim e reforçar as possibilidades de êxito dos esforços atuais".

Odinga "não pôde unir-se à delegação [da Cedeao], mas promete que, se os presidentes de África Ocidental não tiverem sucesso, liderará outra delegação para interromper o mergulho do país ao caos", segundo um comunicado de um porta-voz ao diário queniano "Daily Nation".

O primeiro-ministro queniano, que chegou ao cargo em um governo de coalizão após os massacres e distúrbios ocorridos no Quênia após o pleito de 2007 e que tinha denunciado a fraude de seu rival, o presidente Mwai Kibaki, utilizará enquanto isso contatos diplomáticos para "impulsionar um final pacífico do conflito" marfinense.

Odinga foi o primeiro líder africano que pediu à UA a atuar na Costa do Marfim e utilizar a força, se for necessário, para tirar Gbagbo do poder, após começar o atual conflito pós-eleitoral no início do mês.

Poucos dias após a votação, a Comissão Eleitoral Independente declarou o opositor Ouattara como vitorioso com 54,1% dos votos válidos, contra 45,9% de Gbagbo. O resultado foi reconhecido pela ONU, Estados Unidos e União Europeia. No mesmo dia, contudo, Gbagbo apelou ao Conselho Constitucional com alegações de fraude eleitoral. O órgão anulou cerca de 10% dos votos, a maioria em redutos de Ouattara, dando a vitória a Gbagbo com 51%.

Desde então, a comunidade internacional pressiona Gbagbo a deixar o poder e já aplicou as mais diversas sanções --como veto ao visto de viagem aos países da União Europeia e o congelamento dos fundos estatais no Banco Central da União Monetária e Econômica do Oeste Africano.

 

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