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Líder marfinense ameaça romper com diplomatas nomeados por rival
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DA REUTERS, EM ABIDJÃ
O governo do atual líder da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, disse nesta terça-feira que romperá os laços diplomáticos com os países que reconhecerem os embaixadores nomeados pelo seu rival Alassane Ouattara, que reivindica a Presidência.
"O governo gostaria de anunciar que, diante de tais decisões, terá o direito de agir de forma recíproca para encerrar as missões de seus embaixadores na Costa do Marfim", disse um porta-voz do governo em comunicado na TV nacional.
Mais cedo, Gbagbo rejeitou o ultimato de potências regionais e mundiais para que entregue o poder ao oposicionista Alassane Quattara, após as eleições do mês passado terem provocado uma disputa que matou mais de 170 pessoas e ameaça colocar o país de volta numa guerra civil.
Três presidentes africanos -- Boni Yayi, do Benin, Ernest Bai Koroma da Serra Leoa, e Pedro Pires de Cabo Verde -- chegaram a Abidjã nesta terça-feira para entregar um pedido assinado pelo bloco dos países da África Ocidental, o ECOWAS, pela renúncia de Gbagbo. Caso se recusasse, enfrentaria uma intervenção militar.
Poucos dias após a votação de 28 de novembro, a Comissão Eleitoral Independente declarou o opositor Ouattara como vitorioso com 54,1% dos votos válidos, contra 45,9% de Gbagbo.
O resultado foi reconhecido pela ONU, Estados Unidos e União Europeia. No mesmo dia, contudo, Gbagbo apelou ao Conselho Constitucional com alegações de fraude eleitoral. O órgão anulou cerca de 10% dos votos, a maioria em redutos de Ouattara, dando a vitória a Gbagbo com 51%.
Desde então, a comunidade internacional pressiona Gbagbo a deixar o poder e já aplicou as mais diversas sanções --como veto ao visto de viagem aos países da União Europeia e o congelamento dos fundos estatais no Banco Central da União Monetária e Econômica do Oeste Africano.
ATAQUE
Um comboio da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCM) foi atacado nesta terça-feira em Abidjã, por um "numeroso grupo" de pessoas e um soldado ficou ferido a facadas.
"Um comboio com três veículos da ONUCM que transportava 22 capacetes azuis [soldados] foi atacado nesta terça-feira, no bairro popular de Yopugon (oeste), quando voltava do interior do país", disse um comunicado da missão.
A situação "voltou à normalidade", segunda a ONUCM, graças à intervenção do general Philippe Mangou, chefe de Estado Maior das forças de segurança fiéis ao presidente no poder, Laurent Gbagbo, que conta com um comando em Yopougon.
Pelo comunicado, a ONUCM "condena fortemente o ataque e reitera sua determinação para continuar o trabalho a serviço do povo marfinense".
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