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29/12/2010 - 14h24

Países africanos descartam força para derrubar líder na Costa do Marfim

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O bloco regional do oeste da África rejeitou, ao menos por enquanto, uma intervenção militar na Costa do Marfim para forçar a queda de Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar a Presidência.

A decisão foi anunciada pelo secretário de Estado das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, citado pela agência de notícias France Presse.

Editoria de Arte / Folhapress

Nesta terça-feira, os presidentes de Serra Leoa, Benin e Cabo Verde viajaram à Costa do Marfim para tentar convencer Gbagbo a deixar o poder. Ele rejeitou, contudo, o pedido.

No poder desde 2000, o presidente enfrenta cada vez mais pressão internacional e nacional para deixar o governo, que assumiu após a anulação de cerca de 10% dos votos da eleição de novembro, a maioria em redutos de seu opositor e presidente reconhecido pela comunidade internacional, Alassane Ouattara.

Os presidentes viajaram em nome da Comunidade Econômica dos Estados de África Ocidental (Cedeao) e haviam alertado que, caso Gbagbo não cedesse, seria retirado à força.

Nesta quarta-feira, contudo, a delegação reportou a viagem ao presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, cujo país é o maior membro da Cedeao. Em vez de ordenar um ataque militar, o grupo decidiu dar mais tempo ao marfinense. Enquanto isso, os ministros de Defesa do bloco se reúnem em Abuja.

"Sempre que há uma disputa, sempre que há um desacordo, é o diálogo que resolve os assuntos", disse Jonathan. "O diálogo está iniciado".

Jonathan disse que a delegação retornará a Abdjã na próxima segunda-feira (3). Cedeao já enviou tropas de combate a várias nações do bloco nas últimas duas décadas.

DIVISÃO DE PODER

Um advogado que representa Gbagbo disse à agência de notícias Associated Press nesta quarta-feira que o presidente pode aceitar um acordo de divisão de poder e citou a antiga coalizão com o primeiro-ministro opositor, Guillaume Soro.

"Ele já mostrou que está disposto", disse o advogado Aref Mohamed Aref.

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, disse no começo do mês que divisão de poder não está na mesa e que Gbagbo precisa deixar o país.

"Qualquer outro resultado zombaria da democracia e da lei", disse Ban, que reconhece a vitória de Outtara. "Houve um claro vencedor. Não há opção".

Poucos dias após a votação de 28 de novembro, a Comissão Eleitoral Independente declarou o opositor Ouattara como vitorioso com 54,1% dos votos válidos, contra 45,9% de Gbagbo.

O resultado foi reconhecido pela ONU, Estados Unidos e União Europeia. No mesmo dia, contudo, Gbagbo apelou ao Conselho Constitucional com alegações de fraude eleitoral. O órgão anulou cerca de 10% dos votos, a maioria em redutos de Ouattara, dando a vitória a Gbagbo com 51%.

Desde então, a comunidade internacional pressiona Gbagbo a deixar o poder e já aplicou as mais diversas sanções --como veto ao visto de viagem aos países da União Europeia e o congelamento dos fundos estatais no Banco Central da União Monetária e Econômica do Oeste Africano.

 

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