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30/12/2010 - 08h02

Chefe dos Guardiães da Revolução do Irã esbofeteou Ahmadinejad, diz jornal espanhol

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DA EFE, EM MADRI

O chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Ali Jafari, esbofeteou o presidente, Mahmoud Ahmadinejad, em uma acalorada discussão no Conselho Supremo de Segurança Nacional de janeiro de 2010 pelas repercussões das controvertidas eleições de junho de 2009, informa o jornal espanhol "El País".

A publicação revela nesta quinta-feira o conteúdo de um vazamento da embaixada americana em Baku (Azerbaijão) de 11 de fevereiro de 2010 obtido pelo WikiLeaks, no qual o diplomata americano Rob Garverick repassa as informações que obteve com uma fonte iraniana que teve a identidade preservada.

Segundo o periódico, o escritório diplomático do Azerbaijão, um dos pontos de observação americano do Irã, aponta que os demais presentes à reunião foram surpreendidos pela "postura surpreendentemente liberal" do líder iraniano.

Ahmadinejad sustentou, de acordo com a fonte iraniana, que "o povo se sente asfixiado" e apostou, para enfrentar os protestos e manifestações de descontentamento social, por uma maior permissividade e tolerância, "incluindo uma maior liberdade de imprensa".

De acordo com a versão, as considerações de Ahmadinejad enfureceram o chefe dos "Pasdaran" (Guarda Revolucionária) quem teria exclamado "Estás errado. És tu quem criou este caso. E, em cima disso, dizes que devemos dar maior liberdade à imprensa?".

O tumulto motivou a suspensão da reunião, que nunca foi retomada, embora duas semanas depois o aiatolá Janati (presidente do Conselho de Guardiães) intermediou para apaziguar os ânimos entre Jafari e Ahmadinejad.

Segundo a fonte, alguns blogs do Irã comentaram a suspensão da reunião do Conselho Supremo, mas não sobre o enfrentamento.

O diplomata americano, que diz que a fonte é confiável devido ao "amplo espectro de contatos políticos e governamentais" e à precisão de suas informações anteriores, diz que ambos os dirigentes mantiveram novos enfrentamentos mediante "manobras em vários subgrupos".

Os "pasdaranes" ou guardiães da revolução islâmica, dispõem de suas próprias tropas terrestres, meios aéreos e navais, contam com melhores equipes e respondem diretamente diante ao líder supremo da revolução, Ali Khameneí.

A Guarda Revolucionária recorreu aos milicianos islâmicos "Basij" para sufocar os protestos populares que seguiram à proclamação dos resultados das eleições presidenciais, denunciadas como fraudulentas pelos opositores.

Com base em alguns informantes de diplomatas americanos no Azerbaijão, as eleições marcaram uma virada na história do país ao afetar a credibilidade do líder máximo da revolução islâmica, o aiatolá Ali Khamenei.

 

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