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ONU denuncia violações aos direitos humanos na Costa do Marfim
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DA FRANCE PRESSE, EM GENEBRA
DA FRANCE PRESSE, EM PARIS
Especialistas da ONU denunciaram nesta sexta-feira violações aos direitos humanos na Costa do Marfim, após as eleições presidenciais do final de novembro, e advertiram que a violência pode degenerar em "crimes contra a humanidade".
Segundo os especialistas, os desaparecimentos forçados de pessoas, as detenções arbitrárias e execuções extrajudiciais, sumárias e arbitrárias, assim como atos de violência sexual podem ter acontecido ou ainda se produzir na Costa do Marfim", denunciam.
Editoria de Arte / Folhapress/Editoria de Arte / Folhapress |
O Conselho de Direitos Humanos da ONU já havia adotado na quinta-feira passada, ao final de uma sessão especial sobre a Costa do Marfim, uma resolução denunciando as "atrocidades" cometidas após as eleições de novembro.
No poder desde 2000, o presidente Laurent Gbagbo enfrenta cada vez mais pressão internacional e nacional para deixar o governo, que assumiu após a anulação de cerca de 10% dos votos da eleição de novembro, a maioria em redutos de seu opositor e presidente reconhecido pela comunidade internacional, Alassane Ouattara.
Sia Kambou/AFP | ||
Soldados patrulham em tanques franceses a cidade de Abdijã, palco da queda do presidente Laurent Gbagbo |
Poucos dias após a votação de 28 de novembro, a Comissão Eleitoral Independente declarou o opositor Ouattara como vitorioso com 54,1% dos votos válidos, contra 45,9% de Gbagbo.
O resultado foi reconhecido pela ONU, Estados Unidos e União Europeia. No mesmo dia, contudo, Gbagbo apelou ao Conselho Constitucional com alegações de fraude eleitoral. O órgão anulou cerca de 10% dos votos, a maioria em redutos de Ouattara, dando a vitória a Gbagbo com 51%.
Desde então, a comunidade internacional pressiona Gbagbo a deixar o poder e já aplicou as mais diversas sanções --como veto ao visto de viagem aos países da União Europeia e o congelamento dos fundos estatais no Banco Central da União Monetária e Econômica do Oeste Africano.
FRANÇA
Também nesta sexta-feira, a França recomendou a retirada das famílias francesas com filhos que morem na Costa do Marfim, até que a situação esteja normalizada no país.
O país também anunciou o adiamento da volta às aulas nas escolas francesas do país, que começariam no dia 5 de janeiro, por causa da crise política vivida por Abidjan, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
No total, 14 mil cidadãos franceses, entre eles a metade com dupla nacionalidade, vivem na Costa do Marfim, um país imerso na violência pós-eleitoral, que deixou 179 mortos desde meados de dezembro.
Várias pessoas já deixaram o país depois dos confrontos mortíferos entre partidários de Gbagbo e de Ouattara.
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