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11/04/2011 - 18h47

Obama saúda Costa do Marfim pela prisão de Laurent Gbagbo

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DA FRANCE PRESSE, EM WASHINGTON
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou nesta segunda-feira a prisão do ex-presidente marfinense Laurent Gbagbo e instou "todas as milícias" a deixar as armas.

"Os Estados Unidos saúdam a evolução decisiva dos fatos na Costa do Marfim, num momento em que terminam os planos ilegítimos do ex-presidente Laurent Ggabgo de se perpetuar no poder", declarou Obama em um comunicado.

"Todos os grupos de milícias devem depor as armas e reconhecer um Exército representativo que protegerá todos os marfinenses sob a autoridade do presidente (Alassane) Ouattara", acrescentou.

Obama também agradeceu o papel da ONU (Organização das Nações Unidas) e da França na prisão, com o fim de "proteger os civis" no país.

NOVA ERA

Mais cedo, em pronunciamento ao vivo na TV estatal, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, disse que o país "virou a página" e que ordenou à Justiça que investigue o ex-presidente Laurent Gbagbo e sua mulher. Dirigindo-se à população, o líder democraticamente eleito pediu calma e disse que combates e atos de vingança devem ser evitados.

O presidente advertiu as milícias pró-Gbagbo e suas próprias forças para que abandonem as armas e deem início a uma "nova era de esperança" no país.

Rebecca Blackwell/AP
Moradores de Abidjã comemoram prisão de Laurent Gbagbo; novo presidente anunciou "era de nova esperança"
Moradores de Abidjã comemoram prisão de Laurent Gbagbo; novo presidente anunciou "era de nova esperança"

Ouattara disse ainda que determinou a abertura de uma "Comissão de Verdade e Reconciliação" para apurar denúncias de massacres e violência do antigo regime e dos confrontos entre governistas e oposicionistas.

Na África do Sul, após o fim do apartheid, o governo instaurou uma comissão com o mesmo nome para apurar denúncias de ambos os lados dos conflitos.

CESSAR-FOGO

O pronunciamento de Ouattara chega pouco após declarações do ex-dirigente, Laurent Gbagbo.

Horas após ser detido, na manhã desta segunda-feira, Gbagbo disse em entrevista ao uma emissora de TV que pediu às tropas leais a ele que "parem com as armas".

Nas imagens pode-se ver Gbagbo entrar num quarto e sentar-se na cama, rodeado por vários homens de pé, com os quais ele conversa.

Entre eles, seu filho Michel, o ministro do Interior de Ouattara, Hamed Bakayoko, e o comandante Issiaka Ouattara, chamado "Wattao", um dos chefes militares das forças pró-Ouattara.

Um dos homens o ajuda a retirar a camisa, seu filho lhe estende uma toalha branca com a qual enxuga seu rosto de suor, depois o ajuda a vestir outra camisa de cor verde, com motivos africanos.

Outras imagens mostram sua esposa Simone Gbagbo, despenteada, e escoltada por homens não identificados.

INVASÃO E PRISÃO

As declarações chegam apenas horas depois que o líder, que se recusava a entregar o poder ao presidente eleito Alassane Ouattara, foi preso durante uma invasão à sua residência.

Participaram da ação as tropas leais a Ouattara, além de soldados das Nações Unidas e da França, que também mantém uma missão de paz no país.

TCI via APTN/AP
O presidente em exercício da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, foi detido por forças leais ao seu rival
O presidente em exercício da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, foi detido por forças leais ao seu rival

"A missão da ONU na Costa do Marfim confirma que o ex-presidente Laurent Gbagbo se rendeu às forças de Outtara e está sob custódia", disse o porta-voz da organização, Farhan Haq. Segundo ele, a missão da ONU no país, conhecida como UNOCI, está providenciando "segurança, de acordo com seu mandato".

O enviado da ONU ao país, Youssoufou Bamba, disse que Gbagbo está "vivo e bem" após sua detenção e será levado a julgamento.

Gbagbo e sua mulher, Simone, foram levados ao quartel-general de Ouattara, afirmou Anne Ouloto, porta-voz do presidente reconhecido internacionalmente.

Anteriormente, um assessor de Gbagbo na França havia dito que forças especiais francesas o teriam detido e entregado aos líderes da oposição rebelde.

O presidente estava vivendo em um bunker na residência em Abidjan há cerca de uma semana. Depois de uma década no poder, ele se recusa a sair apesar de as Nações Unidas terem reconhecido o presidente eleito nas eleições de novembro, Alassane Ouattara.

Sia Kambou-4.fev.2011/AFP
Presidente em exercício, Laurent Gbabgo, que foi preso por forças da França após invasão de palácio
Presidente em exercício, Laurent Gbabgo, que foi preso por forças da França após invasão de palácio

Tanques franceses avançaram pelo centro de Abdijã na manhã desta segunda-feira, um dia depois de um segundo bombardeio aéreo que alvejou posições de Gbagbo na capital.

A poucos metros da casa de Gbagbo, moradores disseram ter visto dez veículos blindados com a bandeira francesa circulando na manhã de hoje, o que forçou os homens leais ao presidente a deixarem a região. Dois dos tanques bloquearam o acesso à região, enquanto os outros seguiram para a casa do presidente.

Na região comercial de Plateau, testemunhas dizem ter visto soldados franceses se confrontando com seguidores de Gbagbo perto do palácio presidencial.

Gbagbo perdeu o controle do país há cerca de duas semanas, quando partidários de Ouattara tomaram conta do norte e do oeste do país, além de Abdijã.

A atual crise marfinense começou depois do segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de novembro, quando Gbagbo, presidente da Costa do Marfim desde 2000, se negou a admitir sua derrota frente a Ouattara e a ceder o poder, apesar do forte pressão internacional para que deixe a presidência.

Editoria de Arte/Folhapress
 

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