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31/12/2010 - 14h50

Opositor diz que Costa do Marfim vive guerra civil e dá novo ultimato

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O opositor Alassane Ouattara --declarado vitorioso nas eleições de 28 de novembro na Costa do Marfim 54,1%, contra 45,9% do presidente Laurent Gbagbo-- disse que o país "vive uma situação de guerra civil" e deu um ultimato para que o rival ceda o poder até a meia-noite.

"Ou nós ajudamos a instauração da democracia na Costa do Marfim ou ficamos indiferentes e assistimos a democracia ser assassinada", disse o primeiro-ministro de Outtara, Guillaume Soro.

Editoria de Arte / Folhapress/Editoria de Arte / Folhapress

Segundo ele, se Gbagbo se afastar do poder até a meia-noite, "ele terá garantidos todos os privilégios de um ex-chefe de Estado". "Todos os ditadores são parecidos e não querem negociar sua saída, têm que ser obrigados a deixar o governo", disse Soro. "Por enquanto, estamos deixando que a diplomacia faça seu papel mas, na hora certa, assumiremos nossas responsabilidades".

Soro foi escolhido premiê do governo de Ouattara, que encontra-se isolado em um hotel sob proteção da ONU, apesar do reconhecimento internacional de sua eleição. Ex-líder rebelde do norte do país, Sora participou do governo de Gbagbo, mas agora se aliou a Ouattara.

No poder desde 2000, Gbagbo enfrenta cada vez mais pressão internacional e nacional para deixar o governo, que assumiu após a anulação de cerca de 10% dos votos da eleição de novembro, a maioria em redutos de Ouattara.

O resultado do pleito foi reconhecido pela ONU, Estados Unidos e União Europeia. No mesmo dia, contudo, Gbagbo apelou ao Conselho Constitucional com alegações de fraude eleitoral. O órgão anulou cerca de 10% dos votos, a maioria em redutos de Ouattara, dando a vitória a Gbagbo com 51%.

Desde então, a comunidade internacional pressiona Gbagbo a deixar o poder e já aplicou as mais diversas sanções --como veto ao visto de viagem aos países da União Europeia e o congelamento dos fundos estatais no Banco Central da União Monetária e Econômica do Oeste Africano.

ABUSOS

Também hoje, especialistas da ONU denunciaram violações aos direitos humanos na Costa do Marfim, após as eleições presidenciais do final de novembro, e advertiram que a violência pode degenerar em "crimes contra a humanidade".

Segundo os especialistas, os desaparecimentos forçados de pessoas, as detenções arbitrárias e execuções extrajudiciais, sumárias e arbitrárias, assim como atos de violência sexual podem ter acontecido ou ainda se produzir na Costa do Marfim", denunciam.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU já havia adotado na quinta-feira passada, ao final de uma sessão especial sobre a Costa do Marfim, uma resolução denunciando as "atrocidades" cometidas após as eleições de novembro.

FRANÇA

Também nesta sexta-feira, a França recomendou a retirada das famílias francesas com filhos que morem na Costa do Marfim, até que a situação esteja normalizada no país.

O país também anunciou o adiamento da volta às aulas nas escolas francesas do país, que começariam no dia 5 de janeiro, por causa da crise política vivida por Abidjan, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

No total, 14 mil cidadãos franceses, entre eles a metade com dupla nacionalidade, vivem na Costa do Marfim, um país imerso na violência pós-eleitoral, que deixou 179 mortos desde meados de dezembro.

Várias pessoas já deixaram o país depois dos confrontos mortíferos entre partidários de Gbagbo e de Ouattara.

 

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