Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/01/2011 - 16h51

Igreja qualifica escândalos de Berlusconi de "problema moral"

Publicidade

DA EFE, NA CIDADE DO VATICANO
DA ANSA, EM MILÃO

O presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), o cardeal Angelo Bagnasco, disse nesta segunda-feira que a sociedade italiana assiste "aflita" ao escândalo sexual em que está envolvido o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, e que se percebe um evidente "mal-estar moral".

Bagnasco fez estas manifestações em Ancona, diante do Conselho Permanente da CEI, onde tratou --como anunciou no último dia 21-- do caso "Ruby", a menor de idade marroquina que supostamente manteve relações sexuais com Berlusconi, gerando um escândalo político na Itália.

Sem nomear diretamente Berlusconi, o religioso disse que, nos últimos dias, estão se multiplicando notícias sobre "comportamentos contrários ao decoro público e são exibidas provas --verdadeiras ou falsas-- de estilos não-compatíveis com a sobriedade e a correção".

"A coletividade olha, consternada, os atos da vida pública e respira um evidente mal-estar moral. A vida de uma democracia se compõe de delicados e necessários equilíbrios", afirmou o cardeal.

O cardeal reiterou que "quem aceita assumir um mandato político deve estar consciente da medida e da sobriedade, da disciplina e da honra que isso comporta".

Bagnasco disse ainda que, na atual situação, ninguém sairá ganhando, "ninguém terá motivos para se alegrar, nem para se considerar vencedor".

Alem disso, perguntou o que será do futuro da Itália diante desta "contaminação" e disse que chegou o momento de "parar" para esclarecer tudo de maneira cuidadosa e tranquila.

O cardeal advogou por uma nova ética na vida, na família, na solidariedade e no trabalho.

Bagnasco fez as declarações depois que a Promotoria de Milão abriu uma investigação contra a Berlusconi por um suposto delito de incitação à prostituição.

EM CRISE

O presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, voltou a pedir nesta segunda-feira a renúncia de Berlusconi.

O premiê está sendo investigado pela Procuradoria de Milão sob suspeita de ter cometido extorsão e prostituição de menores, devido à hipótese de ter mantido relações sexuais com a menor marroquina Karima "Ruby" El Mahroug, no início de 2010, em sua residência de Arcore.

Fini, ex-membro e cofundador do partido governista Povo da Liberdade (PDL), disse que compartilha das declarações de seus colegas, que já pediram a demissão do premiê. O presidente da Câmara disse que está convencido de que "o equilíbrio entre poderes e funções do Estado é a essência da democracia".

"Deve existir respeito entre os expoentes dessas diversas instituições. O poder político não deve temer diminuição de autoridade ou soberania por conta das investigações dos juízes", comentou.

Um em cada dois italianos pensa que o chefe de governo deve renunciar a seu cargo após a polêmica. Segundo uma pesquisa divulgada pelo jornal "Corriere della Sera", 49% da população é a favor da renúncia de Berlusconi.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página