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25/01/2011 - 15h26

Interpol deve ajudar Rússia a investigar ataque que matou 35

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Interpol (polícia internacional) se disponibilizou nesta terça-feira a ajudar a Rússia a investigar quem está por trás do ataque a bomba no Aeroporto Domodedovo, em Moscou, que deixou ao menos 35 mortos e 180 feridos. Nenhum grupo assumiu responsabilidade pelo atentado e a polícia investiga hipótese de ter sido cometido por uma mulher-bomba.

Os agentes da polícia que trabalham nos aeroportos de Moscou devem ser investigados, disse uma fonte do Ministério do Interior, citada pela agência de notícias russa Ria Novosti, horas depois do presidente Dmitiri Medvedev culpar falha na segurança do aeroporto pelo atentado suicida.

Editoria de Arte/Folhapress

A bomba foi detonada em um atentado suicida nas esteiras de bagagem do terminal de chegadas internacionais às 16h40 locais (11h40 no horário de Brasília), deixando vários corpos no chão e cobrindo o local de fumaça. A lista de vítimas divulgada pelo Ministério de Emergências inclui oito estrangeiros --dois britânicos, um alemão e cidadãos da Bulgária, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Ucrânia.

Nesta segunda-feira, as autoridades locais disseram ter encontrado a cabeça de um homem de aparência árabe, de idade entre 30 e 35 anos, que seria o homem-bomba. Mas a agência de notícias France Presse, que cita uma fonte de segurança anônima, diz que há evidências de que uma mulher-bomba foi responsável pelo ataque --como nos ataques do ano passado ao metrô de Moscou.

"Nosso escritório em Moscou e todos os oficiais russos podem contar com o apoio total da Interpol para levar os responsáveis à Justiça", disse o secretário-geral da organização, Ronald K. Noble, citado pela agência Ria Novosti.

"Interpol condena este ataque assassino nos mais fortes termos possíveis", completou Noble.

Como o ataque deixou vítimas estrangeiras, a Interpol também ofereceu uma Equipe de Resposta a Incidentes para ajudar a polícia de Moscou.

Ao menos quatro estrangeiros estão na lista das 25 vítimas já identificadas pelas autoridades russas. O site domoded24.com, criado para reunir informações sobre o ataque, afirma que os britânicos Cousland Gordon Campbell e Kirill Burdashev, o alemão Minderop Hendrick, e o austríaco Ivanov Nikolai estão entre as vítimas.

O Ministério do Interior disse mais cedo que são oito os estrangeiros mortos na explosão, mas não divulga nomes. Os estrangeiros incluiriam ainda cidadãos do Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão.

INVESTIGAÇÃO

A Ria Novosti afirma que a investigação incluirá todas as divisões da polícia "garantindo a segurança no transporte, junto a estruturas adjacentes, incluindo o Serviço de Segurança de Aviação".

Mais cedo, Medvedev, culpou os responsáveis pela segurança do Aeroporto Domodedovo e exigiu demissão dos responsáveis pela segurança dos meios de transporte. "É obviamente um ato terrorista que foi bem planejado para causar o maior número de vítimas possível".

Misha Japaridze/AP
Seguranças vigiam entrada do aeroporto Domodedovo, em Moscou, depois da explosão que matou 35
Seguranças vigiam entrada do aeroporto Domodedovo, em Moscou, depois da explosão que matou 35

Medvedev disse que a gerência do Aeroporto Domodedovo deve responder pelo ataque, já que o terrorista suicida conseguiu passar pela segurança. "O que aconteceu mostra que há claras violações na segurança", disse, acrescentando que as medidas foram reforçadas depois de terroristas explodirem dois aviões que decolaram do mesmo aeroporto em 2004, matando 90 pessoas.

"Infelizmente nós temos este azar, nós estamos longe de sempre implementar mesmo as mais importantes legislações", criticou o presidente, que pode sofrer as consequências do ataque em sua tentativa de reeleição no ano que vem.

O Aeroporto de Domodedovo negou responsabilidade pela explosão. "O aeroporto sustenta que não deve ser responsabilizado pela explosão, porque, repito, estamos cumprindo plenamente todos os requisitos de segurança do transporte aéreo pelos quais somos responsáveis", disse a porta-voz Yelena Galanova.

Medvedev ordenou ainda ao ministro do Interior "que proponha demissões ou outras medidas para os responsáveis da segurança no transporte". Em reunião com o estado maior do Serviço Federal de Segurança (FSB, antigo KGB), ele exigiu que o órgão "aponte responsabilidades entre os altos cargos da pasta".

"Em 2010, o número de atentados aumentou. Para o FSB, da mesma forma que para outros corpos de segurança do Estado, esta é a advertência mais alarmante".

Além disso, Medvedev determinou que o governo tome medidas em relação aos funcionários do Executivo encarregados de garantir a ordem em transporte. 'Os dados dos quais dispomos refletem que no lugar do atentado simplesmente reinava a anarquia. Entrava-se por qualquer lugar, o controle de acesso era, no melhor dos casos, parcial e não afetava aqueles que recebiam os passageiros', declarou.

Editoria de Arte/Folhapress

REBELDES

Rebeldes no Cáucaso do Norte ameaçaram ataques contra cidades e alvos econômicos durante os preparativos para as eleições parlamentares deste ano e as presidenciais de 2012. A escolha da área de chegadas internacionais do Domodedovo sugere que os agressores queriam um impacto além das fronteiras da Rússia.

A Rússia é a anfitriã dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi, às margens do Cáucaso, que alguns rebeldes consideram parte do território que reivindicam para um Estado islâmico.

Moscou registrou nos últimos dez anos uma série de explosões reivindicadas por militantes da causa separatista da Tchetchênia, uma república do Cáucaso. Nos últimos anos, contudo, os atentados se tornaram menos frequentes. Em agosto de 2009, Medvedev anunciou a ampliação da campanha contra o terrorismo no Cáucaso Norte, após um atentado suicida ter sido perpetrado contra um prédio da polícia na república da Inguchétia, no qual morreram 24 pessoas.

 

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