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31/01/2011 - 10h34

Premiê britânico defende 'transição ordenada' no Egito

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê britânico, David Cameron, se mostrou nesta segunda-feira a favor de uma "transição ordenada" no Egito que leve a um governo democrático. O conservado alertou ainda que reprimir os protestos pode "terminar mal" para o país e para o mundo.

"Repórter da Folha relata insegurança nas ruas do Egito
Veja galeria com fotos dos protestos
Veja vídeo de confronto entre egípcios e polícia
Ouça relato do repórter da Folha em Suez

Em declarações à rede BBC e respondendo se o ditador egípcio, Hosni Mubarak, deveria deixar o cargo, Cameron afirmou que dizer quem deve estar a frente de outros países não é um assunto do Reino Unido, mas insistiu que as autoridades do Egito deveriam seguir o caminho da "reforma, não da repressão".

Oli Scarff/AFP
Premiê britânico, David Cameron, defende transição no Egito, mas evita falar que Mubarak deve cair
Premiê britânico, David Cameron, defende transição no Egito, mas evita falar que Mubarak deve cair

"Falei com o presidente Mubarak e mantive uma conversa com o presidente [dos Estados Unidos, Barack] Obama, ontem à noite, e estamos muito de acordo que queremos que a resposta do governo egípcio seja a necessidade de uma transição ordenada até uma situação mais democrática, na qual exista mais direitos, mais liberdades, melhor política pública e esse tipo de reformas, para mostrar ao povo do Egito que suas preocupações e aspirações são escutadas", ressalto o chefe do governo britânico.

Segundo Cameron, se houver repressão, "terminará mal para o Egito, mal para o mundo. É a escolha equivocada".

Já o ex-premiê britânico e enviado do chamado Quarteto de Madri para o Oriente Médio, Tony Blair, também disse hoje à BBC que Mubarak tem que aceitar um processo de "mudança".

"As pessoas querem uma mudança mas não querem o caos. Haverá uma mudança, não há dúvidas a respeito. E haverá uma mudança, creio, para eleições livres e justas. Mas acontecerá de maneira que os partidos políticos tenham a oportunidade de competir adequadamente nessas eleições", afirmou Blair.

Em relação ao grupo Irmandade Muçulmana, a maior força opositora no Egito, Blair disse não acreditar que os egípcios queiram que eles cheguem ao poder. "Não creio que exista uma maioria para isso no Egito."

ROTINA

Cairo parece voltar um pouco à rotina nesta segunda-feira. A polícia egípcia voltou a sair às ruas em alguns bairros da capital que tinha deixado na sexta-feira passada (28) --quando deu lugar ao Exército.

Na praça de Al Gala, no bairro de Dokki, junto ao centro da capital e que foi nos últimos dias palco contínuo de manifestações de manifestantes, os policiais voltaram a seus postos para organizar o trânsito e a área recuperou a normalidade.

Em outros bairros como o famoso de Zamalek, onde se encontram muitas embaixadas, se pôde ver apenas um policial na entrada desta região, onde os próprios cidadãos se encarregavam nos últimos dias de proteger os prédios, como aconteceu em diferentes pontos do país.

Na ponte 6 de Outubro, que se estende de leste a oeste do Cairo, alguns veículos da Polícia que foram incendiados durante os protestos, que começaram na terça-feira passada, tinham sido retirados e já não estavam mais lá.

A polícia egípcia recebeu ordens de se desdobrar de novo nas ruas após deixá-las na sexta-feira passada pela noite, depois que se declarou o toque de recolher, o que suscitou uma onda de atos de pilhagem por todo o país.

Além disso, milhares de presos fugiram de várias prisões do país, e muitos deles agiram nas pilhagens. Segundo as autoridades, até a noite deste domingo tinham sido detidas cerca de 3.000 pessoas, acusadas de participar destas ações.

Hannibal Hanschke/Efe
Nas primeiras horas da manhã, egípcios começam a se reunir na praça Tahrir, no centro da capital, Cairo
Nas primeiras horas da manhã, egípcios começam a se reunir na praça Tahrir, no centro da capital, Cairo
 

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