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03/02/2011 - 12h10

Dezenas de navios cargueiros abandonam Austrália por ciclone

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dezenas de navios cargueiros abandonaram planos de buscar carvão, açúcar e outros materiais na Austrália devido ao ciclone Yasi, mudando a rota em direção ao Atlântico na esperança de novos negócios, informaram intermediários de navios nesta quinta-feira.

Inundações e ciclones em Queensland interromperam as operações portuárias no maior Estado produtor de carvão da Austrália desde dezembro, causando congestionamento marítimo e atrasando entregas em semanas.

"Com o ciclone se aproximando da Austrália e um acúmulo de carga no Pacífico, vários navios Panamax estão rumando ao Golfo dos Estados Unidos", disse a companhia Fearnleys antes da chegada do ciclone. "Aproximadamente 60 navios estão navegando nessa direção esta semana."

Tim Wimborne /Reuters
Trailers são revirados pelos ventos do ciclone Yasi, que não deixou nenhuma vítima; clique e veja imagens
Trailers são revirados pelos ventos do ciclone Yasi, que não deixou nenhuma vítima; clique e veja imagens

Os portos Hay Point e Mackay reabriram após o ciclone Yasi passar sem causar danos significativos, enquanto o porto Abbot Point continua fechado devido à falta de energia, segundo a autoridade portuária do país.

A Dalrymple Bay, maior terminal de exportação de carvão da Austrália, deve reabrir mais tarde nesta quinta-feira.

As operações no terminal de carvão desaceleraram nos últimos dois meses, com a produção caindo de 5,28 milhões para 3,98 milhões de toneladas em dezembro, de acordo com a North Queensland Bulk Ports Corp.

A queda da produção nos portos australianos prejudicou os embarques de carvão e minério de ferro em 6 por cento, disse Doug Garber, analista da FBR Capital Markets.

CICLONE

O ciclone Yasi atingiu a costa da Austrália com ventos de 280 km/h, uma das mais poderosas tempestades registradas no país. Os ventos, que danificaram centenas de casas e arrancaram postes das calçadas, não deixaram nenhuma vítima --alívio que as autoridades atribuem ao bom esquema de retirada.

As autoridades australianas emitem há dias alertas cada vez mais graves pela aproximação do Yasi e afirmam que vidas foram poupadas porque as pessoas seguiram as instruções para fugir para abrigos municipais ou abrigos subterrâneos em dezenas de cidades na rota do ciclone pela costa nordeste.

Centenas de casas foram destruídas e milhares foram gravemente danificadas. Muitos estão desalojados até que todos os destroços sejam limpos.

A tempestade, como previsto, trouxe não apenas ventos como chuvas fortes a um país que acaba de sofrer com as piores enchentes em mais de cem anos. Nas cidades costeiras, as ondas atravessaram dois quarteirões depois das praias.

Os governos locais estimam que mais de 180 mil casas em pequenas cidades por onde passou o olho do ciclone foram danificadas e centenas de milhões de dólares em plantações de cana-de-açúcar e banana foram perdidos.

Torsten Blackwood/AFP
Moradores observam chegada de tempestade após passagem do ciclone Yasi em telhado de casa em Tully
Moradores observam chegada de tempestade após passagem do ciclone Yasi em telhado de casa em Tully

Verna Kohn passou a noite em um pequeno quarto no subsolo com seu marido, filha e dois netos quando os ventos de Yasi começaram a arrancar seu telhado. "Havia muito barulho e as garotas gritavam", contou Kohn, enquanto avaliava dos danos.

Yasi atravessou a costa em torno da meia-noite em sua categoria mais destrutiva, cinco, e começou imediatamente a perder força quando entrou em terra. Ao chegar 800 km dentro do território australiano, ainda era categoria um.

A extensa costa australiana sofre anualmente com uma média de seis ciclones. As regras para a área de construção foram melhoradas desde que o ciclone Tracy devastou a cidade de Darwin, em 1974, matando 71 em um dos piores desastres naturais do país.

 

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