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05/02/2011 - 09h19

Caminho para democracia no Oriente Médio tem riscos, vê Hillary

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DA FRANCE PRESSE
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse neste sábado, na Alemanha, que há uma conjuntura perfeita no Oriente Médio para uma verdadeira "tempestade", desde o desemprego dos jovens a problemas no abastecimento de água e petróleo.

Hillary preveniu que o caminho para a democracia no Oriente Médio, que ela apoia, apresenta muitos riscos.

Hillary participa da Conferência sobre a Segurança de Munique (sul da Alemanha), voltada para a crise egípcia e o bloqueio das negociações de paz no Oriente Médio.

A conferência de três dias reúne chefes de governo, ministros, altos comandos militares e especialistas.

MINISTROS

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, se reuniu neste sábado com os ministros do governo, enquanto a revolta popular que reivindica a sua saída entrava em seu 12º dia, informou a agência oficial Mena.

Trata-se da primeira reunião do presidente com os ministros desde que o gabinete anterior foi desfeito, uma medida qyue teve como objetivo apaziguar os movimentos de prostesto.

Mubarak se reuniu com o primeiro-ministro Ahmad Chafic, assim como com os ministros do Petróleo, Comércio, Finanças, Solidariedade Social e o presidente do Banco Central.

EXPLOSÃO

Um dos principais gasodutos da cidade de Arish, no norte da península egípcia do Sinai, explodiu neste sábado sem deixar vítimas, informaram fontes oficiais.

As fontes não confirmaram uma informação da emissora de TV pública egípcia, que assinalou a possibilidade de o caso se tratar de uma sabotagem.

Segundo a emissora egípcia, alguns "sabotadores" explodiram o principal gasoduto que liga Arish à Jordânia, mas o país de destino do gás é fonte de confusão, já que as cadeias de TV "Al Arabiya" e "Al Jazira" citam Israel como destino.

De acordo com a emissora pública egípcia, o incêndio ocorrido no gasoduto causou explosões no conduto de gás na zona do Sheikh Zauid, este sim fazendo a ligação com Israel através do Mar Mediterrâneo.

Bombeiros foram destacados à zona para tentar apagar as chamas, e o gasoduto foi fechado para impedir o fluxo de gás.

A coluna de fumaça produzida pelas explosões pode ser vista desde a Faixa de Gaza, a 70 quilômetros do local do acidente.

Desde que tiveram início os protestos políticos contra o regime de Hosni Mubarak, a Península do Sinai foi um dos pontos de instabilidade, com duros enfrentamentos entre os beduínos e a Polícia.

Na sexta-feira, um grupo de beduínos lançou granadas contra um quartel da segurança do Estado na cidade de Arish, enquanto em 29 de janeiro 12 pessoas morreram em um tiroteio com as forças de segurança.

NOBEL DA PAZ

O prêmio Nobel da Paz e político opositor egípcio Mohamed ElBaradei expressou sua vontade de participar de um governo de transição com os militares, uma vez que o presidente Hosni Mubarak deixe o governo.

"Mubarak deve sair, não em qualquer momento, mas agora", afirma ElBaredei em declarações publicadas neste sábado pelo semanário alemão "Der Spiegel".

"É certo que algum país árabe o acolherá. Ouvi falar no Barein", comenta o ex-diretor-geral do AIEA (Organismo Internacional para a Energia Atômica.

ElBaradei aposta em negociar com o Exército o processo de transição no Egito e, enquanto isso, continuar mobilizando os protestos contra Mubarak.

Além disso, comenta que "quanto por mais tempo se estender [a atual situação]", Mubarak mais ressentirá o país tanto político quanto economicamente.

"O que mais desejo é falar o quanto antes com os militares", manifesta ElBaradei, quem deseja tratar com eles sobre "como conseguir uma transição sem derramamento de sangue".

O Nobel da Paz aconselha Israel que já vá imaginando um Egito sem Mubarak e indica que "os israelenses devem compreender que no longo prazo também interessa ter um Egito democrático como vizinho".

E adverte ao Estado judeu que para terem boas relações com Cairo "seria inteligente respeitar os interesses legítimos dos palestinos" em um Estado.

PRESSÃO

Aumentando a pressão pública sobre o Cairo, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que está em negociações diretas com representantes do governo egípcio para conseguir "reformas significativas" que poriam fim a uma ditadura de mais de 30 anos no país.

"Os detalhes dessa transição serão decididos pelos egípcios. Algumas conversas começaram. Estamos fazendo amplas consultas no Egito e junto à comunidade internacional", declarou o presidente, em rápido comunicado na Casa Branca.

"É preciso uma mudança real", prosseguiu o presidente americano. "Não adianta fazer alguns gestos à oposição", disse.

As declarações do presidente vão na mesma direção de informação publicada anteontem pelo jornal "New York Times", de que o plano da diplomacia americana é substituir Mubarak pelo seu vice, Omar Suleiman.

Ele comandaria um governo de transição, com membros da oposição, até eleições, no segundo semestre.

Suleiman, ex-chefe do serviço de espionagem egípcio, é considerado o braço direito do ditador e tem laços fortes com os governos americano e israelense. A dúvida é se sua nomeação seria aceitável para as massas de opositores nas ruas.

Obama, ontem, não chegou a mencionar nominalmente Suleiman como uma opção para resolver o impasse, no entanto. Tampouco pediu explicitamente a renúncia de Mubarak.

Mas afirmou que o atual presidente "tem que escutar o que as pessoas estão expressando e decidir o rumo a seguir de maneira ordenada, significativa e séria".

 

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