Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/02/2011 - 11h49

Repórteres brasileiros detidos no Egito voltam para o país

Publicidade

DE SÃO PAULO
DA AGÊNCIA BRASIL

Os jornalistas enviados pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação) ao Egito chegaram neste sábado, às 8h10, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O repórter da Rádio Nacional Corban Costa, 49, e o repórter cinematográfico Gilvan Rocha, 31, da TV Brasil, retornaram ao Brasil após serem expulsos pelo governo egípcio. Às 12h30 os dois embarcam novamente e seguem viagem para Brasília.

Os repórteres foram detidos pelas autoridades locais na quarta-feira (2), logo após chegarem ao Egito para cobrir as manifestações populares contra o presidente Hosni Mubarak. Eles foram vendados e mantidos sem água por cerca de 18 horas. "É uma sensação horrível. Não se sabe o que vai acontecer", desabafou Corban em entrevista à Agência Brasil quando ainda estava no Cairo.

Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores declarou que o governo brasileiro "deplora" os violentos confrontos no Egito --em especial, os "atos de hostilidade" à imprensa.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) também divulgou nota prestando solidariedade aos profissionais. "É lamentável que a liberdade de imprensa esteja sendo desrespeitada no Egito, país que passa por uma grave crise política", afirmou o sindicato.

SANGUE FRIO

Por três vezes, em algumas horas, o jornalista Corban Costa achou que seria assassinado a sangue frio pela polícia de Hosni Mubarak. A informação é de Eliane Cantanhêde, em reportagem publicada na edição de sexta-feira (4) da Folha (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).

À colunista, Costa afirmou: "Eu pensava: 'eles vão atirar, eu vou morrer'". O jornalista passou parte do tempo com um capuz na cabeça, sem saber onde estava.

Os problemas começaram já no desembarque no aeroporto do Cairo, quando todo o equipamento de Corban e do cinegrafista Gilvan Rocha foi confiscado pela polícia.

Liberados, eles pegaram um táxi com motorista que falava inglês e avisou: "Não digam que são jornalistas".

Passaram por cinco barreiras, sem grandes problemas. A sorte mudou na quinta barreira. "Somos turistas", disseram. Mas o passaporte de Gilvan é muito carimbado.

Uns dez militares e policiais foram se juntando e os obrigaram a sair. Meteram então "um capuz ou uma venda" em cada um e os empurraram para uma calçada, de frente para um muro.

ATAQUE EM SÉRIE

Outros jornalistas estrangeiros que participam da cobertura da crise no Cairo foram atacados ou presos nesta semana.

Muitos disseram ter sido detidos por forças de segurança do Egito --Exército ou polícia --para interrogatório. Alguns foram alvo de ataques por multidões em ruas ou hotéis.

Os ataques geraram críticas de EUA, Suécia, Brasil e Grã-Bretanha, entre outros países, que afirmam que o governo do Egito está violando seus compromissos internacionais em relação ao respeito à liberdade de imprensa.

Organizações internacionais como o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), a Human Rights Watch, a Transparência Internacional e a Anistia Internacional também criticaram o governo egípcio.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página