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07/02/2011 - 19h25

Após crise, Alemanha suspende venda de armas para o Egito

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DA REUTERS, EM BERLIM

O governo alemão anunciou nesta segunda-feira que em virtude da crise política que atinge o Egito há 14 dias --com os protestos que exigem a renúncia do ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no poder-- decidiu suspender a exportação de armas ao país.

"Em vista a atual situação no Egito... o processamento desses requerimentos está agora suspenso. O Ministério da Economia também analisa as autorizações que já foram concedidas," informou o Ministério da Economia alemão em um comunicado na segunda-feira.

A Alemanha vendeu cerca de 22 milhões de euros (R$ 50 milhões) em armamentos ao Egito em 2010, após exportar o equivalente a 77,5 milhões de euros em 2009 (cerca de R$ 177 milhões) disse o ministério, responsável por aprovar todas as vendas de materiais bélicos ao exterior.

A imprensa alemã aponta que ao menos parte das exportações de armas incluía metralhadoras destinadas à polícia egípcia.

No começo da repressão aos manifestantes, no mês passado, a Alemanha ameaçou cortar a ajuda ao desenvolvimento do Egito --um dos principais recebedores da assistência internacional alemã--, caso as autoridades não deixassem de usar a violência.

REUNIÃO

Mais cedo, o ditador egípcio, Hosni Mubarak, tentou ganhar tempo frente aos protestos de rua contra seu regime, prometendo aumentar o salário dos funcionários públicos em 15%.

Mubarak, 82, reuniu-se pela primeira vez com seu novo gabinete, enquanto o regime luta para fazer a economia mover-se novamente, apesar dos protestos por parte de ativistas pró-democracia que ocupam a principal praça do Cairo, no centro da cidade.

De acordo com a agência de notícias Mena, o gabinete aprovou um plano para aumentar o salário do setor público em 15% a partir de abril e gastar mais de US$ 940 milhões em aumentos nas aposentadorias.

Felipe Trueba/Efe
Manifestantes protestam em funeral simbólico na praça Tahrir de repórter morto por pró-governistas
Manifestantes protestam em funeral simbólico na praça Tahrir de repórter morto por pró-governistas

O aumento poderá reafirmar o apoio dos partidários de Mubarak ao regime, como membros da grande burocracia estatal e das forças de segurança, mas não havia sinais de que os manifestantes que já completam duas semanas na praça Tahrir cederiam.

Mubarak, que tem refutado pedidos pelo fim de seu governo, que já dura 30 anos, antes das eleições de setembro dizendo que sua renúncia poderia gerar o caos na nação mais populosa do mundo árabe, tem tentado se focar na restauração da ordem.

Manifestantes que permanecem no que se transformou um acampamento em plena praça Tahrir, no coração do Cairo, prometeram continuar os protestos até que Mubarak saia e esperam mais protestos em massa na terça-feira e na sexta-feira.

A banida Irmandade Muçulmana estava entre os grupos que se encontraram com o vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, no domingo --um sinal do quanto o status quo já foi alterado devido às manifestações que alarmou o mundo árabe e potências ocidentais.

Figuras da oposição afirmaram que pouco progresso foi feito nas conversações. Mas a oposição teve grandes ganhos nas últimas semanas.

Mubarak afirmou que não irá concorrer à reeleição, seu filho não tentará sucedê-lo, um vice-presidente foi nomeado pela primeira vez em 30 dias, a liderança do partido governante renunciou e o antigo gabinete foi demitido.

Talvez o mais importante, centenas de milhares de manifestantes agora tomam as ruas quase sem impunidade. Antes de 25 de janeiro, algumas centenas teriam enfrentado uma forte resposta da polícia.

 

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