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México convoca embaixador da França por caso polêmico
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DA FRANCE PRESSE, NA CIDADE DO MÉXICO
Em reação à França, que convocou o embaixador mexicano para dar explicações sobre o caso da francesa condenada a 60 anos de prisão, o México decidiu chamar o embaixador francês para prestar esclarecimentos, emitindo assim sua recíproca diplomática, informou a vice-secretária de Relações Exteriores mexicana, Lourdes Aranda.
"O embaixador Daniel Parfait foi chamado a falar hoje" (sexta-feira), disse a funcionária à imprensa após um ato público na capital mexicana.
9.dez.2005/AP |
Florence Cassez faz reencenação de sua prisão para a imprensa no México; França subiu o tom em sua defesa |
"A relação bilateral é prioritária e não queremos que seja maculada por um assunto especificamente jurídico e conjuntural", destacou Aranda.
A convocação ocorre horas depois de Paris convocar o embaixador do México no que considerou uma decisão "iníqua" e "deplorável" da Justiça mexicana, que na quinta-feira rejeitou a apelação em benefício da francesa Florence Cassez, condenada a 60 anos de prisão por sequestros.
A chanceler francesa, Michele Alliot Marie, advertiu que a decisão "pesará nas relações bilaterais" e que ela não participará de nenhum evento do programa cultural e turístico Ano do México na França, que está perto de começar.
Aranda reagiu, afirmando que para o seu governo o Ano do México na França é "um evento fundamental na relação bilateral e acreditamos que se deve situar todo este evento Cassez em sua devida dimensão. A relação bilateral é muito mais que o julgamento de uma cidadã francesa".
Um tribunal mexicano rejeitou o pedido de apelação apresentado por Cassez, que argumentou que sua detenção foi feita de forma ilegal. Esta instância era considerada a última a que ela tinha direito no México, onde já tinha obtido em 2009 uma redução de um terço da pena.
O México rejeitou o pedido do presidente francês, Nicolas Sarkozy, para que Cassez pudesse cumprir a pena em seu país.
ENTENDA
Cassez, 36, foi presa no México em dezembro de 2005 e acusada de sequestro, crime organizado e posse ilegal de armas. Ela vivia em um rancho próximo da Cidade do México no qual três pessoas, incluindo uma menina de 8 anos, foram mantidas reféns. Cassez alega que apenas namorava um dos mexicanos presos por envolvimento no sequestro, mas que não sabia que as pessoas estavam sequestradas.
Condenada em primeira instância a 96 anos de prisão, sua pena foi reduzida para 60 em março de 2010. A defesa denunciou erros de procedimento no caso, e criticou o fato de sua prisão ter sido repetida um dia depois para ser filmada e transmitida na televisão.
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