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Primeiro-ministro palestino apresenta a renúncia de seu gabinete
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, apresentou nesta segunda-feira a renúncia de seu gabinete ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
"Fayyad informou ao Conselho de Ministros que o governo renunciou. Vou encontrar o presidente Abbas para entregar a carta oficial de nossa renúncia", declarou à agência France Presse um ministro que pediu anonimato.
O objetivo da renúncia é formar um novo gabinete, após consultas com os partidos palestinos e a sociedade civil.
Hamas rejeita chamado de eleições e alerta para crise palestina
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O anúncio chega um dia após a ANP ter convocado novas eleições para setembro, medida fortemente rejeitada pelo Hamas, movimento islâmico que conquistou o poder dos territórios palestinos na faixa de Gaza em 2007.
Majdi Mohammed/AP | ||
Chanceler brasileiro Celso Amorim conversa com o premiê Salam Fayyad em visita a Ramallah ainda em 2010 |
O jornal israelense "Haaretz" dá destaque à notícia e revela declarações do alto escalão palestino.
"Haverá uma mudança massiva na composição do governo", diz uma fonte.
Outro político afirma que o "Dr. Fayyad começará imediatamente uma discussão com as facções para formar o gabinete. Alguns ministros manterão suas pastas.
De acordo com o "Haaretz", dos 24 postos do gabinete palestino somente 16 estão atualmente ocupados. Dois ministros renunciaram e seis passaram ao governo do Hamas em Gaza.
ALERTA DE CRISE
O movimento islâmico Hamas, responsável pelo governo da faixa de Gaza desde 2007, rejeitou neste sábado a convocação de eleições presidenciais e legislativas palestinas para setembro, feita pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), com base na Cisjordânia, por considerar que elas afundarão a divisão interpalestina.
"O Hamas não reconhecerá essas eleições ou seus resultados nem dará cobertura legal alguma porque aumentam a divisão e a separação e não servirão aos interesses do povo palestino", disse um dos porta-vozes do grupo em Gaza, Fawzi Barhum, em comunicado.
Segundo ele o chamado a um novo pleito é "ilegal" porque os líderes da ANP, o presidente Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro Salam Fayad, "perderam sua legitimidade e capacidade para efetuar ou supervisionar estas eleições".
Já para o deputado do Hamas na Cisjordânia, Fadel Hamdan, um novo governo só pode ser eleito após a ANP e o movimento islâmico se reconciliarem, o que ainda não aconteceu.
"Sempre mantivemos a linha de que as eleições só podem ser conduzidas após a reconciliação", disse.
Já a ANP justifica a convocação exatamente como uma maneira de "sair do atual impasse e dar voz às pessoas".
Desde 2007 os palestinos têm dois governos, um do Hamas, na faixa de Gaza, e outro da ANP, na Cisjordânia. As duas facções políticas tentam negociar há anos, com mediação egípcia.
EREKAT
Ainda no sábado (12) o principal negociador palestino nas conversações de paz com Israel, Saeb Erekat, apresentou seu pedido de renúncia lançando mais um obstáculo ao diálogo congelado.
Mohamad Torokman/Reuters |
Policiais palestinos na entrada da Al Jazeera em Ramallah, onde manifestantes picharam: "Al Jazeera é uma espiã" |
Erekat confirmou sua saída do "comitê de negociações" palestino, anunciada pouco antes pelo secretário do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Abed Rabbo.
Ele afirmou que sua demissão é consequência do vazamento de documentos sobre as negociações de paz desde 1999.
Os documentos secretos foram divulgados recentemente pela Al Jazeera e sugerem que os líderes palestinos estariam dispostos a fazer grandes concessões aos israelenses, incluindo permitir que Israel anexasse praticamente todos os assentamentos judaicos construídos em Jerusalém Oriental em troca de terras em outras regiões.
Erekat é citado como o mensageiro das propostas. Depois de inicialmente negar a veracidade dos documentos, ele admitiu, em entrevista à BBC, que ao menos parte deles é verdadeira, mas que eles não são "oficiais".
Na época, ele prometeu investigar a origem dos vazamentos e que, caso ficasse provado que os documentos vazaram de seu escritório, assumiria "a responsabilidade".
Com a France Presse e a Reuters
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