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Confrontos em protestos deixam ao menos quatro mortos na Líbia
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Ao menos quatro pessoas morreram nesta quinta-feira na cidade de Beyida, na Líbia, durante enfrentamentos entre as forças de segurança e manifestantes contrários ao ditador Muammar Gaddafi, segundo a oposição e ONGs (Organizações Não Governamentais). As mortes ocorreram no que está sendo chamado de "Dia da Fúria" contra o regime líbio.
"As forças de segurança e as milícias dos comitês revolucionários dispersaram a tiros uma manifestação pacífica de jovens na cidade de Bayida, provocando pelo menos quatro mortes e deixando vários feridos", afirma um comunicado da Libya Watch, uma organização de defesa dos direitos humanos baseada em Londres.
Portais da oposição, entre eles o Libia AlYoum, também com sede em Londres, informaram o mesmo balanço de quatro manifestantes mortos a tiros.
Mahmud Turkia/AFP | ||
Problemas com pagamento de indenizações do governo deram início aos protestos contra o ditador da Líbia |
Ativistas usando redes sociais como o Facebook e o Twitter convocaram para esta quinta-feira manifestações antigoverno. A data foi escolhida porque hoje se cumpre o quinto aniversário de um confronto entre manifestantes e forças de segurança diante do consulado italiano de Benghazi que deixou vários mortos.
Desde ontem, protestos têm sido registrados em Beyida e na segunda maior cidade líbia, Benghazi. Autoridades confirmaram que duas pessoas morreram e 40 ficaram feridas.
Os Estados Unidos pediram que o regime do ditador Gaddafi, há 42 anos no poder, assim como os de outros países atingidos por protestos, atendam às demandas sociais.
"Os países da região têm o mesmo tipo de objetivos em termos demográficos, aspirações do povo e necessidade de reformas", disse em coletiva de imprensa o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip J. Crowley.
"Estimulamos estes países a tomar ações específicas que respondam às aspirações, necessidades e esperanças do povo. A Líbia certamente está nessa categoria", completou o porta-voz.
Em 2008, Washington enviou um embaixador à Líbia pela primeira vez desde 1972, depois que ambos os governos normalizaram suas relações bilaterais após a compensação econômica líbia às vítimas americanas de um ataque terrorista ocorrido na década de 1980.
ONDA DE REVOLTAS
As declarações dos EUA foram feitas no mesmo dia em que a onda de revoltas --iniciada na Tunísia e que depois chegou ao Egito-- se espalhou por diversos países árabes, como Bahrein, Iêmen e Iraque, além do Irã --nação que embora não pertença ao grupo árabe também sofreu reflexos da crise na região.
No Bahrein, ao menos quatro pessoas morreram e outras 100 ficaram feridas na madrugada desta quinta-feira durante uma ação das forças de segurança do Bahrein contra um grupo de manifestantes concentrados na praça da Pérola, no centro da capital Manama, informou um porta-voz do movimento Al Wefaq --o principal da oposição xiita no país.
Jaafer Abed/Reuters | ||
Iraquianos invadiram prédios do governo em Kut reivindicando empregos e melhores serviços |
No Egito, o governo indicou na quarta-feira que 365 morreram e 5.500 ficaram feridos durante os 18 dias de protestos no país.
Em Sanaa, milhares de estudantes e advogados gritavam "Depois de Mubarak, Ali", em referência o presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, que está no poder há 32 anos.
Fontes policiais na cidade de Kut --palco de violentos protestos por melhorias de serviços do governo no Iraque-- indicaram que ao menos duas pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas quando cerca de 2.000 manifestantes invadiram prédios da administração regional.
Mais de mil estudantes concentraram-se nesta quarta-feira diante do Ministério da Educação Superior em Argel em um protesto pacífico contra um decreto presidencial que, segundo eles, desvaloriza seus estudos e títulos acadêmicos.
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