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18/02/2011 - 11h41

Egípcios lotam praça no Cairo para comemorar "Dia da Vitória"

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dezenas de milhares de egípcios realizaram nesta sexta-feira uma "Marcha pela Vitória" para celebrar o fim do governo de 30 anos do ex-ditador Hosni Mubarak que, após 18 dias de protestos antirregime, renunciou há uma semana, e mostrar aos militares o poder das ruas.

O xeque Yousef al Qaradawi, clérigo baseado no Catar e um dos primeiros a apoiar a revolução, disse que o medo foi tirado dos egípcios e afirmou estar confiante de que o Conselho Supremo das Forças Armadas, para quem Mubarak passou o poder, não irá trair a nação.

Marco Longari/AFP
Banda militar marcha pela praça Tahrir, no centro do Cairo, durante comemoração pelo "Dia da Vitória"
Banda militar marcha pela praça Tahrir, no centro do Cairo, durante comemoração pelo "Dia da Vitória"

"Peço ao Exército egípcio que nos liberte do governo que Mubarak formou", afirmou Waradawi aos fiéis durante a oração do meio-dia desta sexta-feira na praça Tahrir --que foi o epicentro dos protestos--, depois do que a multidão aplaudiu e balançou a bandeira nacional.

O líder espiritual pediu aos fiéis da mais populosa nação árabe do mundo que sejam pacientes com os novos governantes militares.

O atual gabinete é basicamente o mesmo que Mubarak apontou pouco antes de renunciar à Presidência e uma renovação é esperada para os próximos dias, abrindo um novo capítulo na história moderna do Egito.

A revolução no país, um aliado dos Estados Unidos e que assinou um tratado de paz com Israel, estremeceu a região. Protestos ocorrem na Líbia, Iêmen, Bahrein, Irã e Iraque.

Desde a tarde desta quinta-feira, o ambiente na praça e nos arredores era festivo e podiam ser vistos vários postos que vendiam bandeiras e cartazes que louvavam o que os egípcios não duvidam em chamar de revolução.

Mas a vida no país ainda está longe do normal uma semana após a revolta popular, focada na praça Tahrir, com tanques nas ruas, bancos fechados, trabalhadores em greve, escolas fechadas e protestos contra o governo.

"Não queremos ver essas faces ligadas à corrupção, e violência, e camelos, matando pessoas", disse Qaradawi, referindo-se a um ataque contra manifestantes pró-democracia nos últimos dias da revolta por partidários de Mubarak que carregavam bastões e usaram camelos e cavalos para invadir a praça.

O Ministério da Saúde egípcio informou que 365 pessoas morreram nos 18 dias de protestos.

Na última terça-feira, o Conselho Militar nomeou uma Comissão Constitucional que inclui um representante da Irmandade Muçulmana, principal grupo de oposição do país, que tem oito membros.

A comissão recebeu o prazo de dez dias para elaborar propostas que, em um segundo momento, serão submetidas a um referendo popular.

A Comissão Constitucional é liderada pelo juiz aposentado Tariq El Bishri, e entre os seus outros sete participantes há três especialistas constitucionais e um membro de alto escalão da Irmandade Muçulmana, que era banida durante o governo de Mubarak.

 

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