Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/02/2011 - 10h08

Opositor retornará ao Bahrein; jovens pedem fim de monarquia

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um grupo de manifestantes pediram nesta segunda-feira a destituição da monarquia governante do Bahrein, uma das demandas para que a revolta popular no pequeno país do golfo Pérsico seja encerrada. Os protestos ocorrem no mesmo dia em que o opositor xiita exilado Hassan Mashaima, atualmente julgado à revelia por terrorismo, anunciou que voltará nesta terça-feira ao país.

A tensão continua alta no Bahrein após uma semana de confrontos nos quais tropas de choque abriram fogo contra manifestantes que tentavam tomar o controle da praça da Pérola, no centro da capital do país, Manama. Ao menos sete pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas.

O Bahrein tem importância particular para Washington por abrigar a quinta frota naval dos Estados Unidos, que é o principal contrapeso militar aos esforços do Irã de expandir suas forças armadas e alcançar o golfo.

O manifesto desta segunda-feira, feito por um grupo chamado Juventude de 14 de Fevereiro --o dia das primeiras manifestações-- aparentemente tenta mostrar uma postura intransigente antes possíveis negociações entre a oposição e a monarquia.

"Demandamos a derrubada do opressivo regime Khalifa", diz o texto, referindo-se à família do rei Hamad Isa al Khalifa. "O povo irá escolher o sistema ao qual estarão sujeitos."

Não está claro qual o peso do grupo, formado basicamente por centenas de jovens que acamparam na praça da Pérola. Também não está claro qual a delação dele com a oposição xiita oficial, que inclui 18 membros --de um Parlamento de 40-- que renunciou em protesto na última terça-feira.

Mas o manifesto mostra a série de demandas da oposição, que vai do grupo de jovens a outros que deixariam a monarquia continuar no poder mas com muitos de seus poderes e privilégios dados a um Parlamento eleito.

No documento, o Juventude de 14 de Fevereiro pede que autoridades sejam julgadas pelos ataques contra manifestantes na semana passada e demandam um governo eleito. O grupo diz que a primeira prioridade deve ser o cancelamento da cidadania de milhares de estrangeiros, que receberam a nacionalidade bareinita como parte de um esforço para mudar o balanço sectário na nação.

Poucas políticas enfurecem mais a maioria xiita do Bahrein do que dar a cidadania para sunitas estrangeiros, a maioria deles árabe, mas também para pessoas do Paquistão e de outros países do sul da Ásia.

Os xiitas no Bahrein frequentemente reclamam de discriminação por parte de governantes sunitas. A dinastia Khalifa está no poder há 200 anos e recebe o apoio de outros líderes do golfo, que temem que os xiitas do Irã poderiam ganhar mais apoio por meio da revolta liderada pelos xiitas do Bahrein.

Autoridades bareinitas têm oferecido negociações com grupos de oposição para tentar amenizar a crise, mas a oposição parece não estar com pressa de conversar com o príncipe xeque Salman bin Hamad al Khalifa, que foi designado pelo rei para liderar o diálogo.

Os líderes da oposição xiita oficial disseram que não estão se recusando a conversar, mas que querem garantias de que as palavras dos governantes serão seguidas por ações após os encontros.

Sua principal demanda é a renúncia do governo que é responsável pelo banho de sangue da semana passada e que é liderado pelo mesmo primeiro-ministro --que é tio do rei-- por 40 anos.

Outras demandas incluem a abolição dos privilégios da monarquia em definir políticas e apontar todos os postos políticos principais, e responder às reclamações de que os xiitas são discriminados, mesmo representando 70% de um total de 525 mil cidadãos bareinitas.

VOLTA DO EXÍLIO

O opositor Hassan Mashaima afirmou à agência France Presse, em Londres, que decidiu voltar ao país nesta terça-feira. "Estarei no aeroporto de Manama na terça-feira às 19h locais [13h de Brasília])", declarou. Ele está na capital britânica desde junho do ano passado para receber tratamento médico.

"Nas circunstâncias atuais, não poderia ficar fora de meu país", acrescentou, antes de afirmar não ter nenhuma garantia de que não será detido no desembarque em Manama.

Mashaima, secretário-geral do Haq, o Movimento das Liberdades e da Democracia, é um dos dois acusados julgados à revelia no processo de 25 pessoas suspeitas de atos de terrorismo.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página