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22/02/2011 - 07h38

Controle social ficou evidente durante visita à Líbia

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CAROLINA VILA-NOVA
DE SÃO PAULO

Em setembro de 2007, recebi convite para a inauguração de um projeto de desenvolvimento autossustentável na região mediterrânea de Cirene, próximo a Benghazi, um dos maiores focos dos protestos atuais na Líbia.

Éramos cerca de 300 convidados, entre jornalistas ocidentais e especialistas, trazidos em voos fretados de Londres.

O projeto era uma idealização de Saif al Islam Gaddafi, filho do ditador líbio, e fazia parte do esforço de reabilitação internacional do país. Como Al Islam disse à Folha então, "é hora de nos juntarmos aos países desenvolvidos e mostrarmos que somos civilizados".

Em Cirene, havia pouco além das ruínas que a tornam um importante sítio arqueológico líbio.

Fomos alojados numa área cercada, próxima às ruínas, em tendas semelhantes às usadas por Muammar Gaddafi em seus deslocamentos.

Dentro, tapetes, almofadas, uma cama e uma lâmpada. Fora, banheiros químicos com chuveiros coletivos e mistos.

Na área cercada, circulavam policiais armados à paisana. Os que tentamos fugir do script e da zona restrita fomos "convidados" a retornar.

Qualquer traslado só podia ser feito com motoristas oficiais e para lugares pré-determinados --"para nossa segurança". Nas ruas, nenhuma mulher, poucos homens, a maioria com jeito de que estava à toa.

Os garçons que nos serviram jantares opulentos nos diziam que as ruas haviam sido limpas e os meios-fios, pintados, especialmente para a vinda de Al Islam.

Onipresentes eram os cartazes com homenagens ao ditador, que na época comemorava 38 anos no poder.

 

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