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Ao menos uma pessoa morre em protesto antigoverno no Iêmen
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Iêmen foi palco nesta sexta-feira de manifestações massivas contra o ditador do país, Ali Abdullah Saleh, terminando com um saldo de ao menos uma pessoa morta na cidade de Áden, sul do país, vítima de tiros disparados pela polícia.
Os protestos foram registrados em Sanaa, Áden, Taez e Mukalla, das quais participaram centenas de milhares de pessoas, segundo a agência de notícias France Presse.
Um jovem de 17 anos, Mohamed Ahmed Saleh, morreu em um hospital de Áden, cidade onde ocorrem as principais manifestações e palco também de enfrentamentos com a polícia, que deixaram ainda 20 pessoas feridas, segundo fontes médicas.
Os confrontos tiveram início quando a polícia tentou impedir que os manifestantes de reunissem em uma praça próxima à sede da segurança local e de vários consulados estrangeiros no bairro de Jor Maksar.
Muhammed Muheisen/AP | ||
Mulher protesta pela renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh em protesto na capital do Iêmen, Sanaa |
"O povo quer a queda do regime", "morte e vergonha ao regime" e "fidelidade aos mártires" eram algumas das frases gritadas pelo manifestantes antigoverno.
Uma primeira marcha transcorreu sem violência até o cemitério de Rahmane, no bairro de Mansura, para presenciar o funeral de Yasin Askar, assassinado na quinta-feira pelas forças de segurança.
Na capital do país, Sanaa, uma multidão se reuniu para a oração de sexta-feira em uma praça situada na frente da Universidade de Sanaa, onde há vários dias estão acampados vários opositores ao regime de Saleh. Segundo os organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram do evento.
O imã Abdalah Satar disse em seu sermão que "a queda do regime é a única solução à situação atual". "Vá, vá", respondia a multidão, dirigindo-se a Saleh.
Os manifestantes batizaram o dia de protestos como "a sexta-feira do princípio do fim do regime" e gritavam "não ao diálogo com o governo" e "não há solução sem a queda do regime".
A polícia se limitou a buscar possíveis armas de fogo entre os pertences dos manifestantes.
No centro de Sanaa, vários partidários de Saleh também participaram de uma oração coletiva em memória dos "mártires do Iêmen".
Em Taez, ao sul da capital, foi realizada uma oração de protesto. A multidão, estimada em centenas de milhares por seus organizadores, participou do funeral de um manifestante que morreu na semana passada após a detonação de uma granada atribuída às forças de segurança do governo.
Saleh ordenou na quinta-feira que as forças de segurança "protejam" os manifestantes que protestam pacificamente no país.
Doze pessoas foram mortas em Áden desde o início dos protestos, em 27 de janeiro, dois em Sanaa e um em Taez.
Saleh, apoiado pelos Estados Unidos e no poder há 32 anos, tem afirmado que irá se retirar do poder após a realização de eleições nacionais, em 2013. No entanto, um movimento de protesto generalizado, inspirado pelas revoltas de sucesso no Egito e na Líbia, demanda que ele deixe o cargo imediatamente.
O governo já estava enfraquecido antes do início dos protestos: ele enfrenta um braço da rede terrorista Al Qaeda que se instalou no país, um movimento separatista no sul e diversas tribos descontentes.
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