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08/03/2011 - 08h11

Hotel fica às moscas após ameaça de bombardeio das forças de Gaddafi

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MARCELO NINIO
DO ENVIADO A RAS LANUF

Um telefonema no meio da madrugada transformou o hotel mais badalado da frente de batalha líbia num sombrio prédio fantasma.

Na tarde de domingo, o lobby do Hotel Fadeel, o único da cidade de Ras Lanuf, fervilhava de jornalistas do mundo inteiro, atraídos pelo avanço dos rebeldes.

Parecia ser o início da marcha rumo a Sirte, cidade natal de Muammar Gaddafi e último obstáculo para a queda da capital, Trípoli.

Os 60 quartos do hotel estavam ocupados, e havia fila de espera. Mesmo com uma diária de US$ 150, salgada para os padrões líbios, o Fadeel era o lugar mais quente do pedaço.

Às 4h da manhã o telefone tocou, e o entusiasmo virou pânico. Era um aviso de um comandante pró-Gaddafi de Sirte de que o hotel deveria ser evacuado ou seria destruído pela aviação.

Foi o início de uma debandada de volta ao leste, que incluiu não só os hóspedes, mas todos os funcionários. Sem segurança, o hotel virou presa fácil de saqueadores.

Menos de 24 horas após a ebulição da tarde de domingo, ontem o Hotel Fadeel era o retrato do recuo rebelde.

O lobby estava abandonado à mercê de homens armados, e a recepção fora ocupada pelo vendedor de carros Mohamed Alhamer, 28.

Fuzil no ombro, ele tentava administrar o hotel e ajudar os poucos jornalistas que ousaram ficar.

"O dono do hotel é pró-Gaddafi e não admitiu que ele estivesse sendo usado para reportar sobre o avanço dos rebeldes", contou Alhamer, que até dias atrás não tinha nenhuma intimidade nem com armas nem com o mundo da hotelaria.

Nos quartos vazios, hóspedes deixaram portas abertas e pertences sobre as camas. As TVs ainda estavam ligadas na CNN e na BBC.

 

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