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08/03/2011 - 12h09

Forças de Gaddafi bombardeiam Zawiya, mas rebeldes resistem

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Forças líbias leais ao ditador Muammar Gaddafi lançaram um novo ataque contra a cidade de Zawiya, perto da capital, mas os rebeldes ainda controlam a praça principal da cidade, segundo testemunhas. Também nesta terça-feira, as forças rebeldes enfrentaram a ofensiva governista em Bin Jawad e Ras Lanuf.

Forças rebeldes vêm convocando os moradores, com a ajuda de alto-falantes, para ajudar a defender suas posições, disse um trabalhador migrante ganense que fugiu da cidade, situada a 50 quilômetros a oeste de Trípoli, na manhã desta terça-feira.

Há dias Zawiya, que tem cerca de 200 mil habitantes, vem sendo alvo de combates intensos entre forças governamentais e rebeldes, mas as informações são escassas e as comunicações telefônicas com a cidade parecem estar cortadas desde o domingo (6).

Hussein Malla/AP
Rebeldes correm em meio a bombardeios em Ras Lanuf; mais um dia de confrontos na Líbia
Rebeldes correm em meio a bombardeios em Ras Lanuf; mais um dia de confrontos na Líbia

O grupo oposicionista exilado Solidariedade Líbia de Direitos Humanos, que está em contato com opositores a Gaddafi dentro da Líbia, disse que as forças do governo lançaram um bombardeio de artilharia e estão apertando o cerco em torno de Zawiya.

"Os rebeldes ainda estão no controle, mas estão acontecendo trocas de tiros", disse o ganense, que vive em Zawiya há um ano. "Os rebeldes estão na praça."

"Saí da cidade às 10h da manhã (5h de Brasília) e eles tinham bloqueado a estrada para Zawiya. Os rebeldes nas ruas estavam convocando pessoas, com alto-falantes, para ajudar a defender a cidade", disse o imigrante depois de atravessar a fronteira da Tunísia.

Um porta-voz do governo, Mussa Ibrahim, disse que o governo tem o controle da cidade mas que um grupo pequeno de combatentes ainda está opondo resistência.

"A situação é muito difícil. Ainda há bolsões de resistência, possivelmente 30 a 40 pessoas, escondendo-se nas ruas e no cemitério. Estão desesperadas", disse ele em Trípoli.

Um líbio que vive no exílio disse que na terça-feira conseguiu comunicar-se com um amigo na cidade que, em uma conversa rápida, descreveu cenas de combate em Zawiya.

"Meu amigo disse que a situação é terrível. Disse que as forças de Gaddafi estão tentando destruir a cidade. Muitos prédios já foram completamente destruídos, incluindo hospitais, cabos de eletricidade e geradores."

"As pessoas não têm como fugir, a cidade foi isolada. Todos aqueles que podem combater estão combatendo, incluindo adolescentes. As mulheres e crianças estão sendo mantidas escondidas. [...] As pessoas tentaram deixar a cidade. Os tanques deles (das forças de Gaddafi) estão em toda parte, disparando. Os rebeldes estão resistindo. O Exército de Gaddafi não está no controle. Os combates continuam."

Os relatos vindos de Zawiya não podem ser confirmados por observadores independentes porque tem sido impossível comunicar-se com residentes e combatentes rebeldes na cidade que antes mantinham contato regular com jornalistas.

Jornalistas estão sendo impedidos de entrar em Zawiya e outras cidades próximas da capital sem uma escolta oficial. Alguns repórteres que tentaram chegar à cidade por conta própria foram detidos pelas autoridades.

BIN JAWAD

Os rebeldes líbios e as tropas de Gaddafi também se enfrentaram nesta terça-feira em torno da cidade litorânea de Bin Jawad, terminal petrolífero entre Sirte e Ras Lanuf, em poder dos oposicionistas, que conseguiram reforços para repelir um intenso fogo de artilharia.

Segundo a emissora Al Jazeera, os confrontos voltaram a atingir o local, inclusive com bombardeios da Força Aérea leal a Gaddafi, que combate as linhas de abastecimento rebelde.

Pascal Rossignol /Reuters
Refugiado da crise líbia caminha entre barracas providenciadas pela ONU em Ras Jdir, na Tunísia
Refugiado da crise líbia caminha entre barracas providenciadas pela ONU em Ras Jdir, na Tunísia

Os rebeldes reforçaram suas tropas no local com o envio de mais combatentes e sobretudo de artilharia pesada nas últimas horas.

Segundo a Al Jazeera, os rebeldes apressam o envio de seus reforços, enquanto as brigadas de Gaddafi mobilizam mais efetivos para conter o avanço revolucionário sobre Sirte, cidade natal do ditador líbio, de vital importância pela acumulação de armas e por constituir o bastião das redes tribais pró-regime.

Os opositores redobraram sua determinação de chegar a Sirte como passo para libertar Misrata, isolada a leste pela terra natal de Gaddafi e a oeste por Trípoli.

A queda da cidade litorânea onde Gaddafi colocou a sede de alguns departamentos ministeriais e, sobretudo, montou um gigantesco pavilhão para montar suas cúpulas internacionais pode ser essencial para o desenrolar do conflito.

RAS LANUF

Também nesta terça-feira, um avião bombardeou um prédio residencial de dois andares em Ras Lanuf, base mais avançada da oposição na região leste da Líbia.

Membros das forças insurgentes correram para o local, mas até o momento não foram informadas vítimas no ataque.

Esta é a primeira vez que um ataque aéreo atinge casas em Ras Lanuf, um porto petroleiro estratégico que fica 300 quilômetros ao sudoeste da sede da oposição em Benghazi e é controlada desde sexta-feira (4) pelos insurgentes que há três semanas lutam contra o regime.

A explosão deixou uma cratera de dois metros de profundidade perto do edifício e vários estilhaços voaram a dezenas de metros.

A aviação líbia executa ataques diários contra posições dos insurgentes no leste do país.

 

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