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20/03/2011 - 20h31

Idosa e seu neto são resgatados no Japão 9 dias após terremoto

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DA FRANCE PRESSE, EM OSAKA

As equipes de resgate japonesas encontraram neste domingo uma avó e seu neto debaixo dos escombros de uma casa onde estavam presos há nove dias, após o terremoto de magnitude 9 --seguido de tsunami-- que deixou mais de 8.000 mortos e 12 mil desaparecidos, além de causar uma emergência nuclear no complexo de Fukushima Daiichi.

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Sumi Abe, 80, e Jin Abe, 16, tiveram a sorte de estar na cozinha quando a casa desmoronou em 11 de março.

Sobreviveram comendo tudo o que tinham na geladeira, sobretudo iogurtes.

"Enquanto buscavam sobreviventes, os policiais ouviram uma voz que pedia ajuda vinda de uma casa em ruínas", afirmou um porta-voz policial de Ishinomaki, uma das cidades mais afetadas pela catástrofe.

"Então vimos uma criança tentar sair pelo telhado destruído", completou.

Sumi e Jin Abe, "em leve estado de hipotermia", foram transportados de helicóptero a um hospital.

"Estão feridos?", perguntou um jornalista de TV.

'Não', respondeu a idosa diante das câmeras, antes de ser transportada em uma maca para o helicóptero.

Seu neto explicou que tinham ficado presos quando a casa desmoronou por conta da força do terremoto de magnitude 9, o pior já registrado no Japão.

Esse resgate forneceu um pouco de esperança aos socorristas, que já não contavam com a possibilidade de encontrar sobreviventes.

A catástrofe de 11 de março deixou 8.450 mortos e 12.931 desaparecidos, segundo um último balanço da polícia divulgado no domingo.

"Precisamos de equipamentos para mais de 15 mil corpos", declarou o chefe da polícia da província de Miyagi, uma das mais devastadas pela catástrofe.

USINA

O estado da usina de Fukushima continua sendo muito preocupante.

O governo anunciou que a central deixará de funcionar. Se a operadora privada Tokyo Electric Power (Tepco) ratificar essa decisão, Fukushima se tornaria a maior ruína nuclear do mundo, à frente de Tchernobil, que tinha quatro reatores quando ocorreu o acidente, em 1986.

Mas não se pode deixar o local abandonado, já que a ausência de eletricidade provocaria um aquecimento do combustível utilizado, sua fusão e uma contaminação ambiental.

Para tentar restabelecer o fornecimento elétrico, os socorristas tiveram de interromper suas operações de refrigeração com jatos de água, que tinham se intensificado desde sábado.

"A pressão no interior do recinto de confinamento do reator 3 aumenta", declarou um responsável da agência de segurança nacional.

Ao anoitecer, ainda não tinha sido restabelecida a corrente elétrica para colocar em funcionamento as máquinas que bombeiam água no sistema de refrigeração do reator número 2, que é prioritário por estar menos danificado que os 1, 3 e 4.

Os técnicos conseguiram conectar um cabo de alta tensão a um distribuidor. A operação "levará mais tempo". "Não sabemos quando poderemos restabelecer os sistemas", declarou Naohiro Omura, da operadora Tepco.

No raio de 20 km da zona de exclusão em torno da central, voltaram a ser detectados neste domingo níveis anormais de radioatividade no leite e nos espinafres, segundo a agência Kyodo.

Mas as autoridades multiplicaram as mensagens tranquilizadoras.

"Os níveis atuais não apresentam um risco para a saúde", afirma o chefe adjunto do gabinete do primeiro-ministro, Tetsuro Fukuyama.

No nordeste do país, a situação humanitária é delicada para os 400 mil afetados pelo terremoto e tsunami, confrontados com a falta de água corrente e de eletricidade em alguns abrigos.

Editoria de Arte/Folhapress
 

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